Acompanhamos o treinamento de vendas de carros de luxo no Brasil
Treinamento de vendedores e assistência técnica tem muita informação, test-drive e até contato com os carros concorrentes
O lançamento de um carro vai muito além do que o público vê nos anúncios das fábricas e notícias divulgadas pela imprensa.
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Além de apresentar o veículo para jornalistas e publicitários, faz parte dos preparativos para a estreia os treinamentos das equipes de vendas e assistência técnica. Essa etapa do lançamento é tão importante que, normalmente, conta com a participação dos presidentes das empresas.
Para conhecer esse bastidor da indústria, conseguimos que a Audi nos deixasse acompanhar uma dessas reuniões com a rede de concessionárias, sempre tratadas como atividades internas e sigilosas.
Participamos do treinamento da nova linha e-tron, que aconteceu em um hotel no interior de São Paulo. Por conta da pandemia do coronavírus, as concessionárias já haviam recebido um treinamento virtual na época do lançamento do SUV e-tron. Mas com a chegada da segunda versão da linha, a Sportback, e a perspectiva da vinda do esportivo e-tron GT, a empresa resolveu fazer um evento presencial, tomando as medidas de segurança necessárias.
A Audi convidou 30 pessoas representando as 14 revendas credenciadas para comercializar a linha e-tron no país e o evento durou dois dias. Antes de apresentarem os carros e suas características, os executivos falaram sobre a necessidade de os profissionais entenderem o conceito da eletrificação: “Um caminho sem volta em um mundo preocupado com a sustentabilidade”.
O diretor de pós-vendas, Sétimo Spini, falou que elétricos representam uma nova experiência de posse para o consumidor e por isso necessitam de uma nova abordagem por parte das empresas.
Essa afirmação foi endossada pelo gerente de treinamento, André Maranhão, que apresentou as mudanças de hábitos que o carro elétrico promove na casa das pessoas (com a instalação dos carregadores domésticos), nos deslocamentos (na interação do motorista com o carro) e também no destino final (onde o veículo pode ser recarregadp enquanto está fora de uso).
No que diz respeito à assistência técnica e ao custo de propriedade, foi mostrado que os carros elétricos necessitam de menos manutenção e que, no final das contas, custam menos que os equipados com motores térmicos por quilômetro rodado.
Todas as palestras traziam mensagens motivacionais, que enalteciam a imagem da Audi, como o pioneirismo da marca, que deve lançar 30 novos modelos eletrificados até 2025, com a expectativa de que eles representem 40% de suas vendas, ajudando a Audi a reduzir suas emissões de C02 em 30% nessa época – com o objetivo de chegar a 0% em toda a operação da empresa até 2050.
Por meio de jogos e atividades entre os convidados, além das palestras, os instrutores apresentaram as diferenças entre modelos elétricos e convencionais, como funcionam os carregadores domésticos e os cuidados com a manutenção. O objetivo era que os funcionários conhecessem o produto e pudessem transmitir essas informações para os clientes.
O contato com o carro foi intenso durante duas sessões de test-drive, uma em que se demonstrava o comportamento dinâmico e outra, a condução econômica. O ponto alto foi na hora de comparar o e-tron com os concorrentes: Mercedes-Benz EQC e Jaguar i-Pace. A Audi arranjou um Jaguar i-Pace para que as pessoas pudessem conferir as diferenças. E o objetivo era ter também um EQC, mas a empresa não conseguiu o carro.
À noite, houve um jantar animado com música ao vivo e karaokê.
Ao final dos trabalhos, todos pareciam orgulhosos com os novos e-tron e eufóricos com a perspectiva de sucesso no mercado.
Para quem via de fora, algumas manifestações soavam como adoração à marca. Mas um executivo contou que nem sempre é assim. Segundo ele, há momentos em que os executivos ouvem críticas e reclamações dos convidados. No caso do e-tron, estava tudo bem.
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