Alemanha defende manter subsídio para carros chineses na Europa
A Alemanha parece não ligar para a concorrência do chineses; a França, por outro lado, está irritando o gigante asiático
Recentemente, a Europa anunciou que vai iniciar uma investigação formal contra os incentivos para importação de carros elétricos ao continente. A iniciativa foi anunciada pela presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, que afirmou: os subsídios aos chineses estão “distorcendo” o mercado. De acordo com legisladores europeus, os carros chineses estão diminuindo o preço dos produtos locais em cerca de 20%.
Embora a medida busque favorecer as montadoras locais, porém, há quem discorde. O Ministro dos Transportes da Alemanha, Volker Wissing, em entrevista a um jornal local, se posicionou contra tarifas protecionistas. Para o ministro, medidas como essa não fariam bem para a economia local, podendo refletir até em outros setores.
“Hoje os carros são barrados, amanhã os produtos químicos, e cada passo individualista torna o mundo mais pobre. Temos de garantir que produzimos os nossos veículos elétricos de forma competitiva – para a Alemanha e para os mercados mundiais.”, disse Wissing.
Em contraponto, a França já começa a dificultar a entrada de carros elétricos chineses. No país, os veículos elétricos vindos de fora recebem um subsídio governamental de 5.000 euros. Mas a partir de dezembro, só estarão aptos para receber esse desconto aqueles que são fabricados com energia renovável — um ataque direto às montadoras chinesas, já que boa parte da energia usada no país vem da queima de carvão.
OgGoverno chinês já respondeu ao anúncio da Comissão Europeia, chamando a investigação de “ato protecionista descarado que irá perturbar e distorcer seriamente a indústria automotiva global e a cadeia de abastecimento, incluindo a União Europeia”.
Essa não é uma questão sendo discutida exclusivamente na Europa: no Brasil, no último dia 15, o Governo Federal anunciou que irá retomar gradativamente o imposto de importação de carros elétricos, que beneficiava as montadoras chinesas, permitindo que elas vendessem seus carros a preços mais acessíveis.
As opiniões também ficaram divididas. De um lado, as montadoras chinesas e a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) chamaram a medida de protecionista e alegaram que ela deve atrapalhar o desenvolvimento do carro elétrico no Brasil. Do outro, está a Anfavea e montadoras mais tradicionais, que defendem a taxação em 35% — a mesma para modelos a combustão — desde que seja adotado um regime de cotas para favorecer as montadoras já instaladas no Brasil.