As ausências do Salão que chegam ao Brasil logo mais
As fábricas não apresentaram todas as novidades que podiam no Salão do Automóvel de São Paulo. Mostramos aqui o que chegará a partir de 2017
O Salão do Automóvel deste ano esteve cheio de novidades. Os organizadores falaram em “cerca de 150 lançamentos”. Eles contabilizaram não só as avant-première como também os carros apresentados durante este ano inteiro e até versões inéditas. Apesar desse grande volume de estreias, as marcas brasileiras não mostraram tudo.
A Ford, por exemplo, poderia ter exibido o novo EcoSport, já que o modelo está pronto. Mas enquanto o evento acontecia no Brasil, o novo EcoSport foi apresentado nos Estados Unidos – mercado onde ele começa a ser vendido em 2018.
Segundo fontes, a Ford do Brasil bem que tentou levar o novo Eco para o Salão, mas a matriz não autorizou por entender que a primeira aparição do modelo deveria ser em território americano, onde as gerações anteriores nunca foram vendidas.
Pelas fotos oficiais ao lado, é possível ver como o SUV ficou e ter uma ideia de como será no Brasil, uma vez que a veículo vendido aqui não será igual. A maior diferença estará na traseira, onde a nossa versão manterá o estepe. Nos Estados Unidos, assim como já acontece na Europa, o estepe foi substituído por um kit de reparo.
Mas a traseira é o que menos mudou no carro. Externamente, aliás, a maior alteração se resume à grade dianteira, que ficou parecida com a do Ford Edge.
A principal novidade está no interior. O EcoSport recebeu novos bancos, painel e lateral das portas. Segundo informantes, o interior era alvo de críticas por parte dos consumidores. Por isso, pode-se esperar novos materiais e melhor apuro na confecção e encaixe das peças.
Os americanos viram o novo SUV da Ford antes, mas os brasileiros devem ser os primeiros a encontrar o carro nas lojas, uma vez que a comercialização por aqui começa em 2017.
Outro carro que está pronto mas não deu as caras no Salão foi o VW Up!. E a razão neste caso não foi a primazia da matriz, pois ele já foi mostrado na Europa. Por aqui, de acordo com fontes, a marca decidiu segurar a novidade mais um pouco para não desagradar aos clientes que acabaram de comprar o hatch. Afinal, o Up! foi lançado no Brasil há apenas dois anos.
Considerando que as mudanças de linha costumam ocorrer a cada três anos, o novo Up! é outra estreia que fica para 2017. As mudanças serão sutis, como novos para-choques, um vão maior para a grade dianteira e um console ampliado, no painel.
Ainda na VW, outra ausência sentida foi a do novo Tiguan. Sua falta na mostra nacional pode ser atribuída a dois motivos. O primeiro é o fato de a fábrica ter decidido manter a versão antiga (que acaba de ganhar uma versão de entrada com motor 1.4 TSI) em oferta – segundo a empresa, o modelo da geração anterior faz sucesso em mercados como o brasileiro.
E prepare-se para a grande “novidade”: a nova geração do Tiguan será vendida junto com a antiga. O outro motivo do atraso é a falta de carros para exportação, isso porque, como ocorre com quase todo lançamento, toda a produção inicial é absorvida pelo mercado do país de origem.
A Nissan bem que trouxe a nova picape Frontier, mas as sócias de projeto, Mercedes (Classe X) e Renault (Alaskan), preferiram a discrição. É bem verdade que a Frontier foi a primeira a ser lançada mundialmente – ela estreou em 2014, na Tailândia. Mas as demais já foram apresentadas em outras partes do mundo: a Renault foi exibida no Salão de Paris (dias antes do Salão de São Paulo), já na versão de produção, e a Mercedes surgiu como conceito, em um evento organizado pela fábrica em outubro, na Suécia.
De acordo com informantes, o protótipo da Classe X é uma unidade muito próxima do que deve ser a versão definitiva. Por aqui, enquanto a Frontier começa a ser vendida no início de 2017, as outras chegam no final do ano, já como linha 2018.
Versões definitivas
A Renault Alaskan não foi o único modelo mostrado no Salão de Paris e ausente do Salão de São Paulo. O SUV Toyota C-HR teve o mesmo destino. Na França, ele foi a principal estrela da marca, tendo várias unidades expostas, em cores e versões diferentes. Mas, por aqui, ele foi representado pelo C-HR Concept, um protótipo exibido em 2014. Ou seja, dois anos antes, no mesmo Salão de Paris.
Justiça seja feita, pelo menos a Toyota trouxe o carro-conceito, coisa que a Renault nem chegou a cogitar.
A Toyota ainda não fechou a estratégia para o C-HR no Brasil. Ele pode até ser produzido no país, uma vez que usa a plataforma TNGA, que servirá de base para a futura geração do Corolla e do Prius (outro candidato à produção local).
Mas é certo que a empresa não quer ficar de fora do segmento. Apesar de exibir o conceito, a montadora usou as imagens do carro na versão final em seu site, para chamar os clientes ao estande da marca no Salão. Por que será?