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Audi cria sistema que recupera energia do movimento da suspensão

Em breve os buracos no asfalto poderão deixar os carros mais econômicos

Por Henrique Rodriguez
Atualizado em 23 nov 2016, 21h29 - Publicado em 11 ago 2016, 17h39
Sistema eROT da Audi
Sistema eROT da Audi substitui amortecedores convencionais e gera energia elétrica ()

É possível que breve os buracos e irregularidades do asfalto sejam capazes de tornar os automóveis mais eficientes. Depois de recuperar a energia cinética das frenagens, o próximo passo pode ser gerar eletricidade a partir do movimento natural da suspensão. É este o princípio que está por trás do sistema eROT (sigla para amortecedores rotativos eletromecânicos), que a Audi desenvolve em substituição aos amortecedores convencionais. 

O projeto mostrado pela fabricante alemã é para uma suspensão traseira. Em vez de usar amortecedores hidráulicos adaptativos na vertical, o sistema faz uso do eROT, composto por motores elétricos instalados na longitudinal e ligados a uma caixa de engrenagens que, por sua vez, se conecta às rodas.

Os motores são responsáveis por controlar a suspensão ativamente. Ao contrário do que ocorre em conjuntos de amortecedores convencionais, magnéticos ou pneumáticos, o funcionamento do eROT não depende da força de retorno (como a força de uma mola após ser comprimida). Isso aumenta a velocidade com que a suspensão se adapta ao asfalto.

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Por estarem dispostos ao longo do assoalho do carro, na horizontal, os eROT também garantem espaço adicional no porta-malas. Os únicos elementos que sobram na vertical são as molas.

A outra grande sacada por trás do eROT está na possibiilidade de gerar energia elétrica a partir do movimento da suspensão. “Cada buraco, cada solavanco, cada curva gera energia cinética. Os amortecedores de hoje absorvem essa energia, que é perdida na forma de calor “, diz o Dr.-Eng. Stefan Knirsch, membro do Conselho de Desenvolvimento Técnico da Audi.

Com o eROT é possível converter a energia cinética da compressão ou rebote da suspensão, em energia elétrica. Neste caso, o motor que regula o movimento da suspensão se transforma em um alternador. Como a suspensão está sempre em movimento, a Audi conseguiu em seus testes na Alemanha entre 3 watts em uma rodovia recém-asfaltada e 613 watts em uma estrada segundária “áspera”, mas a média fica entre 100 e 150 watts, que no final representaria redução de emissões de CO2 na ordem dos três gramas por km percorrido. É inegável que o Brasil tem um grande potencial em geração de energia desta forma…

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O eROT é baseado no sistema elétrico de 48V que a Bentley já utiliza na suspensão do Bentayga. No sistema da Audi, a eletricidade obtida é armazenada em baterias de íonns de lítio. Cabe a um conversor ligar o sistema de 48V à rede primária do carro, que é 12V. Assim, ele pode tirar proveito da energia obtida pela suspensão, reduzindo a dependência do alternador do motor. 

Ainda há muitos testes pela frente, mas a Audi já vê o sistema eROT como algo com grandes chances de ser adotado em carros de produção nos próximos anos. A próxima versão, prevista para 2017, já trabalhará com um sistema elétrico de 48V em todo o carro, o que permitirá uma economia de combustível na ordem dos 0,7 litros a cada 100 km. Não por acaso, a marca pretende usar redes de 48V em todos os seus carros no futuro. 

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