Enquanto novos programas de assinatura veiculares chegam a cada dia no Brasil, lá fora a situação é inversa. Isso porque Audi e BMW acabam de encerrar seus serviços de aluguel nos Estados Unidos, seguindo os passos da Mercedes-Benz.
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Ao contrário do Brasil, que já possui esse modelo de locação em diversos estados, as alemãs ainda faziam testes em poucas cidades. Os resultados, entretanto, parecem ter sido fracos o suficiente para cancelar o serviço.
No caso da BMW, o Access by BMW estava disponível em Nashville, Tennessee, desde 2018. Os clientes podiam optar por um plano mais barato, de US$ 2 mil, e ter à disposição os Série 4 e 5 e o SUV X5, incluindo versões híbridas.
O plano de topo custava US$ 3,7 mil e dava acesso aos M4, M5, M6, X5M e X6M, incluindo, como no pacote básico, seguro, manutenção e assistência emergencial.
De acordo com o site americano The Verge, o principal motivo do fracasso foi o preço. Na região de Nashville, o financiamento de uma M5 sai por, aproximadamente, US$ 1,2 mil. E se há custos com a entrada — cerca de US$ 5 mil — seguro e manutenção, isso é pago com sobras na revenda do carro.
A montadora deverá encerrar os aluguéis vigentes até 31 de janeiro e já deixou de aceitar novas assinaturas em seu portal. A BMW não admitiu fracasso e, pelo contrário, disse estar trabalhando em novidades. “Estamos no processo de desenvolver a próxima iteração (sic) do Access by BMW e compartilharemos mais informações assim que estiverem disponíveis”, comunicou um porta-voz.
Se a Audi repetiu a estratégia de testar seu aluguel em apenas uma cidade — no caso Fort Worth, Texas —, ao menos se diferenciou da BMW ao cobrar preços mais acessíveis pelos mesmos serviços da concorrente.
Por US$ 995, era possível optar pelo SUV Q5, o esportivo S3 ou o roadster TT. Já por US$ 1.495 o cliente recebia a chave de um Q7, S5, A6 sedã ou A5 Cabriolet. Esses valores, inclusive, são mais baratos que o programa de assinaturas da Audi do Brasil, que cobra R$ 9.560 pela assinatura do A6 (US$ 1.830, na cotação atual).
A pechincha, entretanto, não impediu que o programa tivesse seu fim anunciado a partir, também, de 31 de janeiro.
Mercedes também desistiu
Com as decisões de BMW e Audi, o Trio de Ferro encerra todos os seus programas de assinatura nos EUA. No ano passado, a Mercedes-Benz já havia tomado decisão semelhante após não conseguir seu principal objetivo com o programa Collection.
A ideia era levar a marca ao público mais jovem, sem vida financeira tão consolidada e, portanto, sem condições de arcar com os modelos da fabricante. A idade média de um proprietário de Mercedes é de 55 anos no país, mas a média dos locatários não variou muito: 45 anos.
Enquanto isso, a Cadillac, que também encerrou programa semelhante em 2018, ensaia a reestreia do serviço, com mudanças estratégicas ainda não reveladas.
No Brasil, maré alta
Enquanto os EUA veem seus serviços de assinatura minguarem, no Brasil montadoras e locadoras armam seus planos para esse mercado.
Em novembro, a Volkswagen lançou o seu Sign and Drive, oferecendo T-Cross e Tiguan a partir de R$ 1.899/mês. A Fiat, um mês depois, apresentou o Flua!, que também oferece modelos da Jeep.
Porto Seguro, Unidas e Localiza são algumas das outras empresas que também possuem seu programa de aluguel por temporada. Resta saber se a concorrência fará com que não só a mensalidade se iguale ao valor de um financiamento, mas que também compense a ausência de carro para revender ao fim do contrato.
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