Audi Skysphere é conceito que pode até encolher para virar esportivo
Carro-conceito é um enorme GT autônomo, mas pode encolher 25 cm e revelar volante e pedais para se transformar em esportivo
A indústria automotiva está em uma fase de transição. Não apenas do carro a combustão para o elétrico, mas também da transformação do carro de meio de transporte a um veículo interativo, que permitirá ter experiências especiais a bordo.
A Audi ensaia esse “futuro ideal” com o Audi Skysphere, o primeiro de uma série de carros-conceito e que será apresentado ao público no Pebble Beach Concours d’Elegance, que acontece nesta semana em Monterey, na Califórnia.
A proposta do veículo é ser, ao mesmo tempo um GT (Grand Touring) e um esportivo, podendo mudar, inclusive, o seu entre-eixos em até 25 cm (a diferença de um A5 para um A8L) para ficar mais adequado a cada situação. Enquanto isso, a altura do solo varia em 1 cm para favorecer o conforto ou a dinâmica.
Ao toque de um botão, o carro passa de um roadster esportivo com 4,94 m para um GT autônomo de 5,19 m, com todo um ecossistema digital para entreter os ocupantes. Isso só é possível graças ao uso de motores elétricos e de um sofisticado mecanismo que permite que os componentes da carroceria e da estrutura do carro deslizem.
A cabine também passa por mudanças. No modo GT, volante e pedais são recolhidos e o carro passa a ser uma espécie de sofá sobre rodas, no qual os ocupantes são convidados a partilhar a sua viagem com os seus amigos e familiares através das redes sociais. O skysphere pode até ir buscar algum passageiro, sendo capaz de conhecer a sua localização exata e até estacionar e carregar as baterias de forma autónoma.
Quase um ser vivo
O longo capô, as projeções de luz na dianteira e os salientes arcos das rodas conferem um aspecto de ser vivo ao Audi Skysphere, enquanto a traseira tem elementos de speedster e de shooting break, podendo receber dois pequenos e estilizados sacos de viagem desenhados especificamente para este modelo.
Tal como os futuros conceitos da Audi (que se vão chamar Grandsphere e Urbansphere), o interior (Sphere) foi estudado para potenciar ao máximo a tecnologia de condução autônoma de Nível 4 (em situações específicas de trânsito o condutor pode delegar por completo a responsabilidade do movimento ao próprio veículo, deixando de ter que intervir).
Tal como o Mercedes EQS já em produção, este Audi experimental também tem painel que é praticamente um tablet gigante (de 1,41 metros de largura) onde são mostradas todas as informações mas que também permite exibir conteúdos de internet, vídeos, etc.
O que move o Skysphere é um motor elétrico de 632 cv e 76,5 kgfm montado no eixo traseiro, que aproveita o baixo peso relativo (para um carro elétrico) do roadster (cerca de 1.800 kg) para proporcionar o desempenho esperado: o zero a 100 km/h seria cumprido em 4 segundos.
Os módulos da bateria (com mais de 80 kWh) estão posicionados atrás do habitáculo e entre os bancos no túnel central, contribuindo para baixar o centro de gravidade do carro e melhorar a sua dinâmica. A autonomia estimada é de 500 km.
Outra particularidade do protótipo é o sistema de direção “by-wire”, ou seja, sem conexão mecânica com as rodas dianteiras e traseiras (todas direcionais). Isso permite escolher entre várias regulagens e desmultiplicações de direção, tornando-a mais pesada ou leve, mais direta ou desmultiplicada, de acordo com a preferência do condutor.
Além do eixo traseiro direcional — que diminui substancialmente o diâmetro de giro — e da suspensão pneumática (de três câmaras independentes), destaca-se a possibilidade de desativar as câmaras individualmente para ter mais “contato” com o asfalto.
Por outro lado, a suspensão ativa pode trabalhar com o sistema de navegação, com sensores e com câmeras de monitoramento para que o chassis se adapte aos ressaltos ou depressões na estrada antes mesmo das rodas passarem por elas. É para ser, de fato, um sofá com rodas.