Por aqui, sempre pautamos que a eletrificação dos automóveis será o futuro. Mas o que viria após isso? No que depender da indústria mais tecnológica, os carros voadores. Prova disso é que a Embraer já desenvolve o seu próprio modelo, o eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de decolagem e aterrissagem vertical).
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Recentemente, a empresa acertou a venda de 250 unidades da aeronave, que ainda está em fase de desenvolvimento. Na última quinta-feira (10), as ações da brasileira fecharam o dia com aumento de 15,61%, por conta de uma possível parceria entre a EVE, subsidiária da Embraer responsável pelo projeto do evTOL, e a Zanite Acquisition.
A Zanite, na verdade, é o que no mercado financeiro é chamado de SPAC. Uma empresa desse tipo não possui um negócio estabelecido e busca adquirir ou se unir a uma empresa privada, tornando-a pública. Dessa forma ela evita o processo burocrático tradicional de uma oferta pública de ações.
A fusão no radar dos investidores fez com que o valor de mercado da EVE chegasse próximo aos 2,5 bilhões de dólares, o que corresponde a cerca de 80% da Embraer.
Parcerias como essa ajudariam a empresa a arrecadar mais verba para o desenvolvimento do eVTOL. Em entrevista ao jornal Estadão, o presidente da Embraer na época que o projeto foi criado, Paulo Cesar de Souza e Silva, disse que, em sua avaliação, a empresa não poderia arcar sozinha com o custo do projeto, que poderia ser de aproximados 300 milhões de dólares.
O ex-presidente disse ainda que, para ser viável, cada unidade do “carro voador” terá que custar entre 500.000 e 600.000 dólares.
O projeto teve início em 2017, durante a gestão de Paulo César de Souza e Silva. Até agora, o eVTOL já tem unidades vendidas para empresas que atuam nos Estados Unidos, Reino Unido e na América Latina
A primeira venda foi anunciada no dia 1 de junho deste ano pela EVE. A Halo, empresa de táxi aéreo que atua nos EUA e Reino Unido, fechou o acordo pela produção de 200 aeronaves. Juntas, as empresas vão trabalhar no desenvolvimento de uma nova operação de eVTOL nos dois países.
Já no último dia 6, a subsidiária da Embraer fechou mais uma parceria, dessa vez com a Helisul Aviation, uma operadora de helicópteros que atua na América do Sul. O pedido foi de até 50 eVTOLs e ambas vão trabalhar para criar um ecossistema propício para a operação dos “carros voadores”. As duas encomendas têm prazo de entrega para 2026.
As duas novas parcerias somam-se a uma, mais antiga, com a Uber, que deu início ao projeto do eVTOL, com a criação da subsidiária EmbraerX. No ano passado, quando o eVTOL da Embraer foi anunciado, a Uber tinha planos de iniciar as operações já em 2023.
O “carro voador”, por enquanto, faz seus primeiros testes em simulador. A ideia é que o produto final opere com o menor custo possível. Dessa forma, a intenção é que os primeiros modelos tenham pilotos e, posteriormente, se tornem totalmente autônomos.