A Ford registrou nos Estados Unidos a patente de um sistema que se aproveitaria das novas tecnologias para benefício do bolso da própria fábrica. Ele pressionaria o dono do carro que deixou de pagar algumas parcelas e quitar suas dívidas. E os métodos são bem incomuns.
Utilizando o recurso de geofencing, por exemplo, a marca criou um mecanismo capaz de cercar uma área onde o motorista poderia circular. O carro simplesmente não viraria em uma rua que o levasse para fora desse limite. A Ford diz no pedido de registro que poderia comandar o sistema de áudio para “emitir um som incessante e desagradável toda vez que o proprietário estiver presente no veículo”, por exemplo, ou desabilitar outros recursos importantes, como o controle de temperatura.
Câmeras e sensores seriam usados pelo banco para localizar o veículo caso haja a necessidade de uma reintegração de posse forçada. Em casos extremos, os veículos com condução autônoma até poderiam seguir para o pátio de apreensão mais próximo. Sozinhos.
Mas a Ford não quer ser tão malvada assim e colocou uma ponderação no pedido que é, caso o proprietário passe mal por causa da falta de ar-condicionado ou pela limitação geográfica, a fábrica mandaria uma ambulância para salvá-lo.
Ações remotas em carros de inadimplentes não são bem uma novidade e podem esbarrar em questões éticas e de segurança. Em janeiro do ano passado, uma empresária teve seu carro alugado bloqueado enquanto estava em movimento por uma locadora, que alegou inadimplência da cliente.
“Consegui com muito custo jogar o carro no acostamento pois o volante estava bem “duro”, assim como o freio. Quando liguei para a assistência 24hrs, eles relataram que não era uma pane, e sim um BLOQUEIO remoto, pois o carro estava em apropriação indébita por inadimplência e portanto não iam prestar socorro”, afirma em seu relato no Linkedin.
A locadora, na ocasião, suspendeu o uso desse tipo de bloqueios.