Carros europeus novos terão caixas pretas como as de um avião
Dispositivo de segurança será adotado como equipamento de série em carros novos ainda em 2024
Conhecidos como caixas pretas – embora sejam laranjas -, os dispositivos de gravação de dados de uma aeronave são vitais para elucidar acidentes ou saber mais sobre um incidente. A despeito de não serem obrigatórios em alguns tipos de aviões e helicópteros, as caixas são regra em voos comerciais e, agora, também nos carros europeus.
Por lá, os carros novos registrados a partir de julho deste ano terão que vir com caixas pretas. A medida foi anunciada em 2022, quando passou a valer para projetos veiculares totalmente novos. A mudança é que ela passará a incluir todos os veículos registrados.
Batizado de Event Data Recorder (EDR, ou Gravador de Dados de Eventos), o aparelho será aplicado em carros de passeio de até nove ocupantes, além de vans e picapes com 3,5 toneladas de peso para baixo. A medida vale para toda a União Europeia.
Da mesma maneira que em um avião, a caixa guarda dados apenas por um determinado tempo, podendo apontar o que aconteceu antes do acidente. No caso dos carros, o espaço de tempo será bem menor, apenas cinco segundos antes do impacto e 0,3 segundo depois dele.
A sua entrada em ação depende de vários dados. O mais primário é o acionamento dos airbags e dos pré-tensionadores dos cintos de segurança. Mas há também o acelerômetro. Se houver uma mudança de direção longitudinal ou lateral superior a 8 km/h em 0.15 segundo, o EDR será acionado.
O EDR armazena dados já esperados, exemplos da velocidade e frenagem, sendo capaz também de registrar a posição e inclinação do modelo na pista. Se for o caso, também é gravada a entrada em ação do eCall, sistema de chamada/aviso eletrônico de acidentes que equipa os carros europeus novos há quase seis anos.
Tais dados são protegidos, não sendo transmitido por redes. Em um acidente ou incidente aéreo, a caixa laranja – a cor chamativa ajuda a encontrá-la no local de uma queda – pode ter os dados extraídos de várias formas. As mais antigas gravam as informações em fitas, enquanto as mais novas se valem de armazenamento sólido, como é em um pen drive. Já o EDR automotivo pode ser acessado via entrada OBD (ou On Board Diagnostic, ou Diagnóstico de Bordo) ou ser extraído diretamente do aparelho.