Casal troca Troller e mora em Renegade para acompanhar o Rally dos Sertões
Casal se desfez de Troller para acompanhar o rali morando em um Renegade 1.3 turbo 4x4
As picapes médias dominam o comboio com cerca de 45 carros em um dos grupos da Expedição Sertões deste ano. Quem destoa é um único carro flex: um Jeep Renegade Trailhawk T270, já com o conjunto de motor 1.3 turboflex e tração 4×4. E não fica para trás de nenhuma picape 4×4.
O carro pertence a Petrônio Spyer (65), de Belo Horizonte (MG). Ele já havia participado em 2020 com seu antigo Troller T4. Agora, órfão da fabricante cearense, fechada pela Ford em 2021, recorreu ao pequeno Jeep 4×4 para participar pela segunda vez da expedição do Sertões.
“Compramos o carro em maio e agora ele está com 6.000 km. Mas a maior parte rodamos nessa viagem, porque antes do Sertões ainda teve a viagem de Belo Horizonte até Foz do Iguaçu (PR)”, explica Petrônio, que gostaria de ter tido tempo de fazer mais modificações no carro.
“Mandei colocar um lift de 1,5 polegada na suspensão e pneus mais lameiros, mas como o motor é novo, ainda não tinha snorkel disponível para ele. Essa peça chegou dois dias depois que saímos de Belo Horizonte. Também quero trocar os para-choques e afastar um pouco mais as rodas da carroceria”.
Nem a Jeep bancou a ideia deles, mesmo que o selo Trail Rated da versão Trailhawk indique sua vocação off-road. “A concessionária não vende o Renegade para fazer o que a gente quer fazer”, diz Petronio. “Eles nem sabem do que a gente está falando, o que a gente quer fazer. O mais interessante foi eles dizerem assim ‘ah, mas vocês vão perder a garantia do carro?’ “, emenda sua esposa, Lucia Ferolla.
Desde que saiu de casa o casal está acampando em uma barraca no teto do Jeep Renegade. O grupo da Expedição Sertões que participam é o que abre mão das mordomias. “Não está dando tempo nem de abrir o toldo, mas estamos dormindo nele”, conta Spyer. “Nós colocamos a barraca no teto e rodamos por aí”, completa.
“A nossa turma do Troller só mete o pau no Renegade. Dizem que o Jeep vai ficar parado por aí e eu digo que não vai. O motorista também faz a capacidade do carro. E o conforto é completamente diferente: você vai nessas estradinhas da expedição e mal sente, no Troller você vai saltando, ele é muito duro”, conta Petrônio. “Eu já avisei a eles que estou começando a gostar mais do Renegade do que do Troller”, diz Lucia aos risos.
Lucia vinha dividindo a direção com o marido desde que saíram de Belo Horizonte. Mas rompeu um ligamento do pé direito quando chegaram em Presidente Prudente (SP), no segundo dia do rali. Se a troca do “jipe raiz” pelo “jipe Nutella” não afetou os planos do casal, a bota ortopédica e as muletas também não farão isso. Muito pelo contrário: “Estamos planejando parar em Cormari (GO) para ficar um ou dois dias na Chapada dos Veadeiros, que é o meio do caminho de Palmas para Belo Horizonte e é muito bonito”. Quem faz o carro e a viagem realmente são os motoristas.