CH-R roda em testes no Brasil, mas não pela Toyota
SUV foi flagrado por nossos leitores circulando sem camuflagem e com placas da Alemanha

Nas últimas semanas uma série de flagras feitos por leitores da QUATRO RODAS de um misterioso Toyota CH-R circulando por São Paulo chamou a nossa atenção.
O modelo que roda no Brasil não possui nenhuma camuflagem e está usando placas europeias – algo que, apesar de incomum, é permitido para veículos em teste.
As fotos foram feitas pelos leitores Gabriel Togeiro e Alexandre nas zonas sul e oeste da capital paulista.

A unidade é da versão híbrida, que no mercado alemão usa o mesmo trem de força do Prius. O motor 1.8 associado a outro elétrico gera uma potência combinada de 122 cv.
O primeiro palpite seriam testes que a Toyota poderia fazer com o SUV, que concorreria com Hyundai Creta e Honda HR-V no Brasil.

Entramos em contato com a fabricante, que negou qualquer responsabilidade com o veículo em questão. Segundo a Toyota, os CH-R que ela avalia no país usam placas verdes (e têm uma camuflagem leve).
Big Brother alemão
As pistas da origem estão nos adesivos (em sua maioria em alemão) colados na carroceria do CH-R.

Eles são de empresas de tecnologia, sendo que uma delas, a ADC Automotive Distance Control Systems, trabalha especificamente com sistemas de assistência à condução.
A ADC faz parte do grupo Continental e desenvolve itens essenciais para carros autônomos, como sensores e câmeras embutidos no veículo.
Por conta disso, os veículos que testam os equipamentos da empresa (caso do CH-R) possuem um aviso alertando que o automóvel está filmando seus arredores.

Também há um site onde é possível questionar se você foi filmado pelo veículo e pedir eventuais retiradas de gravações.
QUATRO RODAS entrou em contato com a ADC, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
É possível que as empresas estejam apenas coletando dados para a maturação dos sistemas de condução semi-autônoma.
Esses sistemas são mais eficientes em locais com boa sinalização (horizontal e vertical) e com um trânsito minimamente civilizado – duas coisas que não são exatamente comuns no Brasil.
Por conta disso, testes aqui podem ajudar na evolução do sistema, que já é adotado em diferentes níveis por marcas como Audi, Mercedes e Tesla.