O Chevrolet Cruze já saiu de linha em quase todo o mundo, com exceção da América do Sul – aqui, feito na Argentina e com prazo de validade prestes a expirar. E, neste cenário, o novo Monza surge como uma solução para nosso mercado. Será?
Acontece que o sedã médio criado na China está cotado para ser fabricado no México. Por lá, o modelo chinês terá a missão de aposentar o Cavalier, que nunca foi vendido no Brasil. E do México para o Brasil é um pulo.
Para começar, é preciso explicar que o projeto chinês foi desenvolvido sobre a plataforma Patac K, que é uma derivação simplificada – e encurtada – da plataforma D2XX utilizada pelo próprio Cruze e também pelo SUV Equinox vendido por aqui.
Em relação ao nosso sedã médio, o modelo asiático perdeu 6 cm no entre-eixos e 4 cm no comprimento (que têm 2,64 m e 4,61 m, respectivamente). E, apesar de menor, ainda está acima do Onix Plus, que tem 2,60 m de entre-eixos e mede 4,47 m.
Só que, apesar do aparente retrocesso, o ressuscitado Monza recebeu recursos que fazem inveja ao Cruze comercializado por aqui, como suspensão traseira independente multilink (no argentino é eixo de torção) e sistema híbrido parcial com 48V.
Em relação às motorizações, o sedã feito na China oferece três opções no mercado natal: o 1.5 aspirado de 112 cv, além dos 3-cilindros turbo 1.0 turbo de 125 cv (mais moderno que o do Onix brasileiro) e 1.3 de 163 cv. Já o modelo argentino é vendido sempre com o 1.4 turbo de 150 cv.
No conteúdo, o estreante oferece central multimídia com Apple CarPlay sem fio – e com cabos no Android Auto – e saída de ventilação para segunda fileira. Mas ar-condicionado digital, airbags de cortina e piloto automático adaptativo estão fora.
Aliás, as principais diferenças estão justamente nos recursos de segurança, já que o Cruze tem (na versão mais cara) alerta de ponto cego, assistente de permanência na faixa e farol alto automático. Pelo menos ambos têm frenagem de emergência.
Em relação ao conforto, o Monza está mais para Onix Plus que para sedã médio ao abrir mão de ajustes elétricos para banco do motorista e carregador de celular sem fio mesmo na configuração topo de linha, batizada RS, para o mercado chinês.
No visual, o modelo inédito por aqui está mais alinhado à identidade visual da Chevrolet, com detalhes que remetem à linha de compactos e ao recém-lançado Tracker – enquanto o Cruze, que chegou em 2016, já passou até por uma reestilização.
Se o acabamento do sedã argentino nunca foi o principal destaque (ainda mais comparado aos rivais Honda Civic e Toyota Corolla), não há mudanças significativas para o aspirante a substituto, que mantém apenas a faixa macia ao toque no painel.
Se o carro vendido na América do Sul ainda pode respirar aliviado pelo próximos dois ou três anos, vale ficar atento à produção no México.
Procurada pela reportagem, a Chevrolet diz não comentar especulações.
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