Chevrolet, Hyundai e Stellantis param fábricas no Brasil por vendas fracas
Desaquecimento da economia e falta de peças justificaram a decisão da paralização das fábricas das três marcas. Todas irão rever os planos de produção
Após a Volkswagen anunciar a suspensão da produção em três das suas fábricas no Brasil devido a falta de peças, outras marcas anunciaram paralisação.
General Motors, Hyundai e Stellantis (que representa Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) decidiram suspender suas linhas de produção e dar férias coletivas aos funcionários devido a escassez de componentes e a queda das vendas nos últimos meses.
A partir desta segunda (20), a Hyundai concede férias coletivas de quatorze dias (de 20/03 a 02/04) para os trabalhadores da unidade de Piracicaba, no interior de São Paulo. A fábrica produz os modelos HB20 e Creta.
Na quarta-feira (22/3), será a vez da Stellantis dispensar por 20 dias os funcionários do segundo turno de trabalho na fábrica da Jeep em Goiana (PE). Na semana que vem, os operários do primeiro e terceiro turnos serão liberados para férias por 10 dias, o que interrompe toda a produção de Renegade, Compass, Commander e Fiat Toro.
Entre os dias 27 de março e 13 de abril, a General Motors suspenderá a produção da picape S10 e do SUV Trailblazer na fábrica de São José dos Campos (SP).
Em fevereiro, a fábrica que produz modelos da Peugeot e Citroën em Porto Real (RJ) encerrou o segundo turno de trabalho e dispensou antecipadamente 140 funcionários que tinham contratos temporários.
Crise econômica e de peças
A indústria automotiva brasileira já vinha sendo atingida pela falta de semicondutores, o que fez com que cerca de 630.000 veículos deixassem de ser produzidos no país nos últimos dois anos.
A crise da falta de peças continua presente, mas agora é somada ao desaquecimento de vendas no país. Questões como a dificuldade de exportação para a Argentina, inflação alta e juros elevados contribuem para esse cenário e as marcas estão revendo as expectativas de vendas e ajustando os seus planos de produção.
Essa situação, segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, pode se prolongar até 2024 e novas paralisações de fábricas podem ocorrer.
Em 2019, antes da pandemia, o Brasil registrou 2,8 milhões de veículos vendidos. Em 2022, foram 2,1 milhões de unidades – uma queda de 25% nas vendas.