A busca por desempenho e menor consumo de combustível garantiu as principais novidades da linha 2017 dos Chevrolet Spin e Cobalt. Elas envolvem uma profunda atualização do velho motor 1.8, estreia do câmbio manual de seis marchas e uma série de alterações aerodinâmicas, que no caso do Spin envolvem até mesmo a grade dianteira ativa.
Comum aos dois modelos são as mudanças sofridas pelo motor 1.8 flex. Há redução de massa na ordem de 12% em pistões e bielas, anéis de pistão de baixo atrito, novo coletor de admissão, módulo de gerenciamento do motor com maior capacidade de processamento, óleo 0W20, mais fino que o antigo 5W30 e bobinas de ignição independentes para cada cilindro. No final, a taxa de compressão foi aumentada de 10,5:1 para 12,3:1.
LEIA MAIS:
>> Onix e Prisma ganham facelift, mais equipamentos e versão Activ
>> Autodefesa: problemas no câmbio de Cruze e Spin
>> Comparativo: Kia Grand Carnival x Chrysler Town & Country
O resultado prático disso começa a aparecer nos números do motor. Agora com o sobrenome SPE/4 (não mais Econo.Flex) a potência com etanol sobe dos 108 cv a 5.400 rpm para 111 cv a 5.200 rpm, enquanto torque máximo passou de 17,1 mkgf para 17,7 mkgf, e surge mais cedo, a 2.600 rpm contra os 3.200 rpm anteriores. Com gasolina, continua com os 106 cv que surgem também a 5.200 rpm, enquanto o torque subiu de 16,4 mkgf para 16,8 mkgf a 2.800 rpm.
Sai de cena o câmbio manual de cinco marchas e chega o de seis para explorar melhor o motor. Ao mesmo tempo, o automático de seis marchas passa a ser de terceira geração, com bomba de óleo mais eficiente e trocas mais rápidas e suaves. Também alivia o motor a troca da direção hidráulica pela elétrica e os novos pneus são Michelin de baixa resistência a rolagem.
A aerodinâmica do Cobalt melhorou 8% com a suspensão 1 cm mais baixa e o uso de defletores sob o carro. A Spin também está 1 cm mais baixa e tem defletor bem visível sob o para-choque dianteiro, mas torna-se o primeiro carro nacional com grade ativa, vinda dos Cadillac.
Ela abre ou fecha a entrada de ar do radiador em função da temperatura, velocidade e uso do ar condicionado, algo inédito em carros nacionais. Assim, a Spin tem aerodinâmica 11% melhor. Por trás disso está o novo sistema de arrefecimento, mais eficiente e que trabalha em conjunto com o eletroventilador com velocidade continuamente variável.
O resultado efetivo na redução de consumo pode ser ainda maior. De acordo com o Inmetro, o Cobalt com etanol faz 8,3 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada. Com gasolina, muda para12,1 km/l e 15,1 km/l, respectivamente, o que nas palavras da Chevrolet representa 21% de redução. Já a Spin, que com etanol faz 9,4 km/l na estrada e 8,1 km/l na cidade e com gasolina faz 13,7 km/l e 11,8 km/l, respectivamente, a melhora foi de 30%.
Em nossas impressões ao dirigir preliminares com a Spin, foi possível notar que o funcionamento do motor ficou menos áspero. A nova geração do câmbio automático é mais suave e segura menos as marchas, realizando trocas em rotações mais baixas do que antes, o que deve ser benéfico para o consumo.
Sem cara nova
Mesmo que tenha completado quatro anos de mercado em julho, a Chevrolet Spin não sofre qualquer mudança no design agora. Mesmo assim, suspensão e os freios foram alterados. Molas e amortecedores têm carga diferente e a barra estabilizadora dianteira foi trocada, na intenção de fazer o carro oscilar menos. Os freios a disco dianteiros também foram trocados por um conjunto mais aerodinâmico e com peso menor.
Ainda que tenha recebido o sistema OnStar em todas as versões, com três variações diferentes para o serviço, a Spin não recebeu a central multimídia MyLink de segunda geração. O aparelho já está nos novos S10, Trailblazer, Onix, Prisma e até mesmo no Cobalt, e se destaca por ser compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Esta é a melhor pista para a reestilização que o monovolume sofrerá dentro de até um ano.
A gama de versões também teve mudanças. Uma delas é a volta da versão LS, que foi vendida até 2013. Com câmbio manual, ar-condicionado, direção elétrica, OnStar com pacote Safe, painel em dois tons, alarme e conjunto elétrico de vidros e travas além dos obrigatórios freios ABS com EBD e airbag duplo, a versão de entrada custa R$ 57.990.
Em seguida vem a versão LT, agora vendida apenas com câmbio manual de seis marchas. Por R$ 61.490, soma rodas de liga aro 15, volante multifuncional com revestimento imitando couro, central MyLink, rack de teto e retrovisor com botões OnStar para acesso ao pacote Protect.
Promovida de série especial a versão, a Spin Advantage custa R$ 68.990 e ganha retrovisores externos com ajuste elétrico, acabamento de peças da carroceria em preto brilhante, rodas escurecidas, lanternas fumê, faróis de neblina, computador de bordo, luzes individuais de leitura, cobertura do porta-malas, sensor de estacionamento traseiro, transmissão automática e piloto automático.
Apenas R$ 1 mil separam a Advantage da Spin Activ, versão aventureira que se destaca pelo estepe pendurado na traseira. Também tem rodas de alumínio de 16″, para-choques preto com apliques prateados, molduras nos para-lamas, saias laterais, adesivos na soleira das portas e acabamento interno exclusivo. O câmbio é sempre automático. Preço: R$ 69.990.
A terceira fileira de bancos é exclusividade da versão LTZ, que custa R$ 67.990 com câmbio manual e R$ 71.990 com câmbio automático. Tem capa dos retrovisores na cor da carroceria, faróis escurecidos, maçanetas internas cromadas e rodas com desenho exclusivo, além da versão mais completa do OnStar, Exclusive. Um detalhe: há navegação GPS por setas no quadro de instrumentos, cujo destino é inserido via chamada no OnStar.
Para o Cobalt, que mudou radicalmente no final de 2015, as novidades em equipamentos são mínimas. A partir da versão LTZ, que custa R$ 62.190 com câmbio manual e R$ 66.990 com câmbio automático, há OnStar com pacote Exclusive e navegação por setas.
Mantendo extras como rodas aro 15″ esclusivas, bancos de couro sintético, câmera de ré, sensor de chuva e acendimento automático dos faróis, a versão Elite mantém o preço de R$ 68.990.