Chevrolet Tracker 2021 é econômico. Só não espere chegar tão longe com ele
SUV compacto é o mais econômico do segmento na cidade e um dos mais na estrada, mas tanque minúsculo compromete sua autonomia perante rivais
Uma das grandes apostas da GM ao lançar a nova geração do Chevrolet Tracker é divulgar a eficiência dos motores 1.0 e 1.2 três-cilindros turbo que equipam as seis versões do SUV compacto.
Também pudera: segundo o Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, a configuração com motor de menor capacidade cúbica é a mais econômica do segmento rodando na cidade com gasolina no tanque.
Na estrada, os números tanto do Tracker 1.0 quanto do 1.2 são inferiores apenas aos do Honda HR-V 1.5 turbo, que custa pelo menos R$ 27.400 a mais (quando comparado ao novo Tracker Premier).
Se o consumo é comedido, isso significa liberdade para rodar boas centenas de quilômetros com o novo Tracker sem precisar se preocupar em reabastecer, correto? Nem tanto assim.
Isso porque o tanque de combustível do novo Tracker suporta no máximo 44 litros, assim como os atuais Onix e Onis Plus. Trata-se da segunda menor capacidade do segmento, superando apenas os ínfimos 41 l do Nissan Kicks.
Isso compromete a autonomia do modelo, seja em uso urbano ou rodoviário.
Multiplicando consumo médio indicado pelo Inmetro, sempre usando o combustível derivado do petróleo como parâmetro, o novo Tracker 1.0 turbo automático conseguiria rodar cerca de 600 km na estrada e 515 na cidade até demandar um reabastecimento.
Já o 1.2, também aliado a caixa com conversor de torque, registraria 594 e 493 km de autonomia, respectivamente.
Quando falamos em utilização na estrada, tais números ficam acima apenas do próprio Nissan Kicks, por questões óbvias, além dos beberrões Renault Duster e Captur (1.6 e 2.0).
Já quando o cálculo é restrita às urbes, o Captur 1.6 chega mais longe que os dois Tracker, ao mesmo tempo em que Ford EcoSport 2.0 e Peugeot 2008 1.6 THP passam a ser superados.
Veja abaixo o ranking atualizado de autonomia dos principais SUVs compactos atuantes no mercado brasileiro – lembrando que todas as versões comparadas são automáticas:
Modelo | Consumo rodoviário (Gasolina) | Consumo urbano (Gasolina) | Capacidade do tanque (em litros) | Autonomia rodoviária (em km) | Autonomia urbana (em km) |
Honda HR-V 1.5 turbo | 14,6 | 11,4 | 51 | 744,6 | 581,4 |
Peugeot 2008 1.6 THP | 13,1 | 7,4 | 55 | 720,5 | 407 |
Jeep Renegade 1.8 | 12 | 10 | 60 | 720 | 600 |
Citroën C4 Cactus 1.6 | 13 | 10,4 | 55 | 715 | 572 |
Peugeot 2008 1.6 | 13 | 10,7 | 55 | 715 | 588,5 |
VW T-Cross 1.0 turbo | 13,5 | 11 | 52 | 702 | 572 |
Citroën C4 Cactus 1.6 THP | 12,6 | 10,4 | 55 | 693 | 572 |
VW T-Cross 1.4 turbo | 13,2 | 11 | 52 | 686,4 | 572 |
Caoa Chery Tiggo 5X | 11,7 | 9,8 | 57 | 666,9 | 558,6 |
Ford EcoSport 1.5 | 12,6 | 10,3 | 52 | 655,2 | 535,6 |
Honda HR-V 1.8 | 12,3 | 11 | 51 | 627,3 | 561 |
Hyundai Creta 2.0 | 11,4 | 10 | 55 | 627 | 550 |
Ford EcoSport 2.0 | 12 | 8,8 | 52 | 624 | 457,6 |
Hyundai Creta 1.6 | 11,3 | 10,1 | 55 | 621,5 | 555,5 |
Chevrolet Tracker 1.0 turbo | 13,7 | 11,7 | 44 | 602,8 | 514,8 |
Chevrolet Tracker 1.2 | 13,5 | 11,2 | 44 | 594 | 492,8 |
Renault Captur 1.6 | 11,7 | 10,5 | 50 | 585 | 525 |
Nissan Kicks | 13,7 | 11,4 | 41 | 561,7 | 467,4 |
Renault Duster 1.6 | 11,1 | 7,8 | 50 | 555 | 390 |
Renault Captur 2.0 | 10,8 | 8,8 | 50 | 540 | 440 |
Após a publicação desta reportagem, a GM procurou a reportagem de QUATRO RODAS e solicitou a inclusão do seguinte posicionamento oficial a respeito:
“Apesar de maior e mais equipado, o Novo Tracker está até 17% mais econômico. Como resultado do trabalho de desenvolvimento feito pelos engenheiros da GM, entendemos ter obtido a melhor relação entre performance, eficiência energética e autonomia. Temos o SUV mais econômico do segmento, reduzimos 114 Kg em relação à geração anterior e obtivemos autonomia próxima dos 600 Km, alinhado com a média do segmento.”
E você, leitor? Prefere um SUV mais econômico, mas com autonomia restrita, ou um mais beberrão, mas com o tanque mais generoso?