Sob intenso rearranjo industrial, a Ford anunciou, nesta quarta-feira (17) planos ousados para o mercado europeu. Segundo a montadora, em cinco anos todos os seus carros vendidos na Europa serão pelo menos híbridos, com versões dotadas com motores a combustão sendo aposentadas em definitivo em 2030.
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Até 2024, todos os veículos comerciais vendidos pela marca na região serão híbridos – movimento que será repetido, em 2026, pelos automóveis particulares. Quatro anos depois, em 2030, os motores a combustão serão aposentados de vez, restando apenas EVs no catálogo da Ford.
O movimento da montadora não é barato e só a fábrica exclusiva aos elétricos, construída em Colônia, Alemanha, custará mais de R$ 5 bilhões. Os bons resultados comerciais, mesmo durante a pandemia, entretanto, serviram de estímulo ao projeto.
De acordo com o presidente da filial europeia da Ford, Stuart Rowley, o sucesso do último trimestre de 2020 consolidou a “reestruturação da Ford Europa rumo à lucratividade”, e agora é hora de um futuro “completamente elétrico, com novos veículos e experiência do consumidor conectada”.
Pensando no pós-venda, a Ford vem firmando parcerias com empresas como o Google, que fornecerá sistemas de inteligência artificial do chão de fábrica ao cálculo de apólice de seguros, além de plataformas exclusivas a frotistas.
Ainda que os prazos sejam apertados, há poucas opções, já que Renault, Volkswagen e o resto do mercado seguem em plena corrida pela eletrificação de suas linhas. Além disso, a legislação ambiental não deixa barato: até 2030 carros a combustão serão aposentados no Reino Unido, enquanto a norma Euro 7, em vigor a partir de 2025, promete iniciar em definitivo a mudança da gasolina para os quilowatts-hora no continente.
Simbolismo e conversão
Se a construção de uma planta voltada aos veículos elétricos já é sinal dos novos tempos, a Ford foi além, transformando sua principal fábrica europeia no novo “Centro de Eletrificação Ford Colônia”, na tradução livre. Inaugurado em 1925, o histórico complexo foi idealizado pelo próprio Henry Ford e é berço famosos dos motores V6 homônimos.
O primeiro carro totalmente inédito (e elétrico) será montado na cidade alemã já em 2023, com chance de um segundo modelo ao mesmo prazo. A ideia de transformar o complexo quase centenário serve, também, para sinalizar que as baterias vêm para ocupar lugar do tanque de combustível, não para coexistirem.
“[Essa decisão] ressalta nosso compromisso com (…) um futuro com EVs no coração da nossa estratégia de crescimento”, destacou a empresa, que pretende capacitar a mão-de-obra existente para moldar seu “futuro elétrico” iniciado pelo Mustang Mach-E.
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