Após muitos anos de promessas e expectativas, a primeira Ferrari com motor V6 depois da saudosa Dino finalmente foi revelada. Híbrida plug-in, a nova 296 GTB chega para brigar diretamente com o McLaren Artura e substituir a F8 Tributo, que deixará de ser produzida em 2022.
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Para isso, a novata italiana é equipada com um motor V6 2.9 biturbo de 663 cv unido a uma unidade elétrica de 167 cv, resultando em 830 cv de potência total e 75,5 kgfm. O câmbio tem 8 marchas e o modelo estabeleceu um novo recorde de potência específica para um carro de produção, com 221 cv/l.
De acordo com a marca, o superesportivo é capaz de ir de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos e, de 0 a 200 km/h, em 7,3 segundos. A velocidade máxima ultrapassa os 330 km/h.
Quatro modos estão disponíveis para condução. O eDrive movimenta o veículo de 1.477 kg apenas com o motor elétrico, oferecendo autonomia de até 25 km a uma velocidade máxima de 135 km/h. O Hybrid é o modo padrão, que funciona com os dois motores ao mesmo tempo, gerenciando a melhor entrega de potência e torque de acordo com a exigência da situação e do motorista, podendo funcionar com apenas um deles.
No Performance, ideal para uma direção mais esportiva, o motor a combustão fica sempre ligado para melhorar o desempenho e fornecer energia para a bateria em tempo integral. Por último, o Qualify oferece o máximo da 296 GTB.
Ainda segundo a Ferrari, o novo motor V6 (a 120° e com ordem de disparo 1-6-3-4-2-5) pesa 30 kg a menos do que a unidade V8 utilizada em modelos anteriores, graças às dimensões compactas e o uso de materiais leves. Isso faz com que o peso adicional do sistema elétrico seja compensado. Além disso, o motor elétrico melhora as saídas da inércia por ter torque instantâneo.
As turbinas foram completamente redesenhadas e passaram a utilizar ligas de alto desempenho. Assim, prometem ser 24% mais eficientes em relação às utilizaras anteriormente nos motores de 8 cilindros, com as rotações aumentadas para 180.000 rpm. Outros aprimoramentos passam por arquitetura do motor, câmara de combustão, virabrequim, bomba de óleo, duto de admissão e sistema de escape.
Por falar no escape, a 296 GTB ganhou apelido de “piccolo V12” (ou “pequeno V12, em tradução do italiano para o português) por emitir uma trilha sonora de alta frequência vinda dos motores de 12 cilindros. O ronco pode ser ouvido de dentro da cabine, mostrando que os carros híbridos não acabaram com os barulhos que dão ainda mais emoção na condução.
Apesar de lembrar um V12, o batismo de 296 do modelo tem inspirações próprias: 29 vem da litragem do motor e, o número 6, da quantidade de cilindros. Depois, a sigla GTB vem de Gran Turismo Berlinetta.
Para quem desejar um desempenho ainda mais afiado, o superesportivo oferece o pacote Asseto Fiorano, que promove redução de peso e adiciona elementos ainda mais aerodinâmicos.
Entre os diferenciais estão: amortecedores ajustáveis e otimizados para uso em pista, apêndices em fibra de carbono no para-choques dianteiro (que fornecem 10 kg extras de downforce), extrator de ar traseiro e maior uso de fibra de carbono em peças externas e internas. Além disso, o pacote substitui os painéis de porta, eliminando mais 12 kg. A redução total não foi divulgada, mas, quem escolher o kit, pode levar ainda mais um extrator traseiro que reduzirá mais 15 kg.
Caso o cliente escolha o Asseto Fiorano, ele poderá mostrar a todo mundo que sua 296 GTB não é “básica”. Isso porque a pintura externa do modelo também pode ser diferenciada, com cores contrastantes na dianteira, subindo pelo capô, e na traseira, na parte central, como na unidade cinza e amarela das imagens desta matéria.
Visual e tecnologia
A 296 GTB adotou a mesma linguagem visual inaugurada na “irmã” SF90 Stradale, com uma dianteira de linhas mais limpas e sóbrias. Os faróis são representados por um losango inclinado, e um apêndice com LEDs incorporado a uma entrada de ar. O para-choque tem grades de um lado a outro e o capô tem vincos suaves. O destaque fica para os “ombros”, onde ficam as caixas de roda, bem marcados.
Na traseira, os traços se repetem, com uma abertura de um lado a outro, mas estreita. Na parte inferior, há grandes extratores de ar que roubam a cena, enquanto as lanternas são pequenas e discretas. A dupla saída de escape é central, abrigada por um aplique prateado.
Os “músculos” formados pelas caixas de roda dianteiras e traseiras ficam ainda mais evidentes nas laterais do modelo italiano. O teto é do estilo “flutuante”, com as colunas A praticamente invisíveis, e apontam que a 296 está pronta para receber uma possível versão Spider, com teto removível. As rodas forjadas são de 20 polegadas, com pneus 245/35 na dianteira e 305/35 na traseira. Há opção de rodas de fibra de carbono, 8 kg mais leves.
O interior também bebe da mesma fonte da SF90, com traços suaves e desenho minimalista. O quadro de instrumentos é totalmente digital e configurável, mas o conta-giros com a marcha selecionada e a velocidade estão sempre em destaque, ao centro. O passageiro também pode ter acesso às mesmas informações com um visor exclusivo.
Para os ajustes de faróis e retrovisores, e do ar-condicionado, os comandos ficam posicionados logo abaixo das saídas de ar esquerda e direita do motorista, respectivamente. Todos os comandos são sensíveis ao toque, inclusive os do volante.