Muitas fabricantes de automóveis têm como objetivo aumentar a eletrificação até 2030. Com a Nissan não é diferente, porém, a marca japonesa também tem outro propósito: zerar os acidentes fatais com automóveis até 2030.
É o que afirma Chris Reed, vice-presidente regional sênior de desenvolvimento e pesquisa da Nissan Américas. Para isso, a fabricante japonesa está trabalhando para deixar a inteligência artificial ainda mais… inteligente.
Isso veria da evolução de sistemas como o ProPILOT 2.0, piloto automático da Nissan que permite ao motorista até tire as mãos da estrada em alguns momentos, e que já está disponível em veículos como o Nissan Ariya.
É preciso ter calma, porém. “Hoje o cliente não entraria em um carro sem direção. É preciso adaptá-lo para o futuro”, explica Reed. Vem daí o desenvolvimento do “Ground Truth Perception”, que em tradução livre significa “percepção real do entorno”.
Essa nova tecnologia funciona por meio de câmeras, radares e, principalmente, sensores LIDAR – uma espécie de radar que funciona através da emissão de lasers em vez de ondas sonoras. Eles fazem a leitura em tempo real do ambiente ao redor do carro, sendo capazes de detectar objetos estranhos mais rápido e com maior precisão, e fazer a manobra mais adequada para evitá-los.
O sistema atua de maneira autônoma, assumindo a direção em momentos onde somos surpreendidos no trânsito. Sabe quando aquela caixa mal amarrada se solta do caminhão da frente? Em questão de segundos os lidares conseguem analisar o formato e a distância do objeto, obtendo informações com alto nível de precisão. Desse modo, o sistema toma a melhor decisão para evitar um acidente sério, segundo a Nissan.
A identificação, de acordo com Reed, foi um dos principais desafios. Fazer o sistema interpretar o que seria um objeto de risco e o que seria algo inofensivo, como uma folhas ou um pequeno galho, foi algo que levou um certo tempo do projeto.
A tecnologia também auxiliaria o ProPILOT, fazendo a leitura de áreas ainda não mapeadas pelo sistema, aumentando a segurança do motorista nessas localidades.
Trabalhando em parceria com empresas “líderes deste segmento”, como a Applied Institution, a Nissan pretende finalizar o sistema e lançá-lo em meados desta década. Até 2030, ele será padrão nos veículos da marca. É isso que, segundo a fabricante, reduziria para zero o número de acidentes fatais em seus carros.
O Ground Truth Perception faz parte do “Ambition 2030”, é a visão de longo prazo da Nissan, que além do aumento significativo da segurança dos veículos, também tem como objetivo zerar as emissões dos veículos da marca por meio da eletrificação.