Coronavírus estimula venda de carro por WhatsApp e delivery de test-drive
Marcas de automóvel agem rápido para desenvolver canais online e retomar vendas mesmo em meio à quarentena
Nas últimas semanas, as fabricantes de automóveis têm realizado ações para ajudar no combate ao coronavírus (como reparar respiradores inoperantes, fabricar equipamentos de proteção individual, emprestar veículos a serviços de saúde) enquanto as suas atividades fabris estão paralisadas.
Mas é preciso traçar estratégias para retomar a venda de carros mesmo em meio à quarentena, que provocou uma queda de mais de 80% nos emplacamentos de carros novos no país.
Segundo a Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores), a produção de veículos no país será impactada com uma queda de 25% a 30%.
Considerando a previsão inicial para 2020, de 3 milhões de unidades fabricadas, o novo patamar ficaria na faixa de 2,1 milhões a 2,25 milhões de veículos.
Neste período de crise, os meios digitais têm sido as principais ferramentas para as marcas manterem o contato com a rede de concessionárias e consumidores.
A Volkswagen, por exemplo, disponibiliza em seu site um canal para o cliente se comunicar com a concessionária mais próxima de sua casa por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp.
O recurso serve tanto para consultar modelos à venda como agendar serviços de manutenção.
No caso da Fiat, um vendedor liga para o cliente após ele preencher um formulário com seus dados pessoais no site da marca. O WhatsApp também pode ser usado como meio de comunicação se o consumidor optar.
A Ford oferece um serviço parecido com o da Fiat. Após um consultor entrar em contato e concretizar a venda após a negociação, o veículo é entregue na casa do cliente.
A Volvo, além de oferecer canais de comunicação via telefone ou aplicativo de mensagens, permite ao usuário do seu site fazer um tour em uma concessionária virtual. O cliente em potencial pode até “entrar” nos carros e visualizar as informações dos modelos ao clicar no painel.
“Nossa rede tem aberto diversos canais de comunicação com os clientes, seja pela central telefônica, WhatsApp, contato direto com o vendedor ou chat online”, diz João Oliveira, diretor geral de operações da Volvo Car Brasil.
Essas novas ferramentas irão possibilitar ainda mais interação com os consumidores, que poderão ver as opções antes de decidir pela compra”, acrescenta.
A Chevrolet é outra marca que aposta no “passeio” por uma concessionária virtual em seu site para fechar negócio. Segundo a marca, o interessado informa se prefere ser contatado por telefone, WhatsApp ou e-mail.
O serviço até permite que um consultor da marca avalie o carro usado que o cliente porventura ofereça como parte do pagamento por um veículo novo.
Dependendo da localização, há ainda a opção de test-drive em domicílio. Um consultor da Chevrolet leva até a casa do cliente o carro do seu interesse para uma experimentação.
De acordo com a fabricante, o veículo passa por todos os procedimentos de higienização recomendados pelas autoridades de saúde, tanto no teste quanto na entrega após a compra.
A Jaguar Land Rover tem uma ação parecida com a da GM. Com exceção do tour virtual e do teste-drive em domicílio, o cliente recebe o carro novo em casa depois da avaliação do veículo usado e, finalmente, do processo de compra.
A Caoa Chery também leva o carro ao domicílio do cliente para o teste. Mas, neste caso, o agendamento é feito por um serviço de telefone 0800.
Já a Hyundai se juntou a uma startup para manter o time de vendas estimulado durante a quarentena. A parceria criou um aplicativo de treinamento à distância, já que os processos presenciais foram temporariamente paralisados.
A tecnologia auxilia na maneira como os consultores podem interagir com os clientes nos canais digitais (redes sociais, WhatsApp).
O aplicativo tem uma pegada de jogo que acaba gerando uma certa competitividade entre os vendedores, por região, que buscam aumentar a sua pontuação nas atividades.
No entanto, há marcas que ainda atendem presencialmente.
A BMW, por exemplo, recomenda aos concessionários o agendamento individual de clientes para evitar aglomerações nas lojas, além de afastamento mínimo de um metro e meio entre as pessoas e aumento das medidas de higienização.
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