Depois de estrear nos mercados americano e europeu, os carros elétricos passaram a flertar com as pistas. No automobilismo profissional, ganharam uma categoria exclusiva, a Fórmula E, que será disputada num campeonato com 42 veículos a partir de setembro. No esporte amador, passaram a fazer sucesso em kartódromos, que agora começam a desembarcar por aqui: foi inaugurado no fim de abril, no Parque D. Pedro Shopping, em Campinas (SP), o primeiro kartódromo do país exclusivo para modelos elétricos.
“Decidimos pelos karts movidos a bateria principalmente por seu desempenho”, diz Guilherme Alves, um dos sócios do Kart Fly. “Os motores elétricos apresentam bom torque em uma ampla faixa de rotação, fazendo com que sua aceleração seja mais forte e suave, sem os trancos característicos do kart tradicional”, explica Alves.
A autonomia dos carrinhos é de até 50 minutos, mas isso não é o mais importante, já que as corridas na Kart Fly duram 15 minutos (20 voltas), ao custo de até R$ 80 por prova. A velocidade é limitada eletronicamente a 60 km/h, mas poderia chegar a 80 km/h em circuitos maiores.
O baixíssimo nível de ruído e a emissão zero de poluentes são vantagens extras, porque permitem que as pistas de karts elétricos sejam instaladas em locais fechados. Por isso, Alves afirma que pretende até abrir uma filial na cidade de São Paulo.
Quem experimentou a novidade aprovou, como é o caso do piloto profissional de kart Carlos Marcelino. “O modelo elétrico proporciona maior prazer a quem dirige por ter uma arrancada muito forte e não perder força nas desacelerações”, afirma Marcelino, que também gostou do silêncio do motor. “Depois de 20 anos disputando provas de kart, eu perdi uma parte da audição pelo barulho do motor. Por isso o silêncio é um ponto muito positivo”, afirma.