Lendário engenheiro de carros de corrida, o norte-americano Steve Nichols desistiu de sua aposentadoria para projetar um supercarro que leva seu próprio nome. É o Nichols N1A, inspirado em um McLaren dos anos 1960 que pesa menos de 1 tonelada e é equipado com motor V8.
Steve Nichols fez sua fama na Fórmula 1 nas décadas de 80 e 90, trabalhando com gigantes como Senna e Prost. Aliás, um de seus trabalhos de maior sucesso foi trabalhando em conjunto com os dois pilotos, McLaren MP4/4, que venceu 15 das 16 corridas na temporada de 1988, que acabou com Ayrton Senna campeão do mundo, teve Steve Nichols como designer-chefe.
Mas a inspiração Nichols N1A é outro carro, até com nome parecido: o McLaren M1A, que foi um dos mais bemsucedidos carros de corrida da década de 1960, especialmente no Grande Prêmio de Carros Esportivos do Canadá, o precursor da Copa do Desafio Canadense-Americana (Can-Am).
Segundo Nichols, sua escolha para homenagear o lendário carro se deu por representar o ponto de virada em que os futuros carros de corrida se tornariam praticamente impossíveis de dirigir na estrada. “O M1A está entre os últimos carros de corrida que se pode dirigir até a pista e depois voltar para casa no final do dia”, relatou o engenheiro.
“Tendo experimentado carros de corrida incríveis ao longo das décadas, nunca fui capaz de implementar essas qualidades peculiares em um carro de rua, até agora”, disse Nichols em um comunicado. “O processo do lápis ao modelo de produção foi extremamente gratificante; isso deve ser um lembrete para toda a indústria automotiva de que combinar passado, presente e olhar para o futuro é o caminho a seguir para toda essa comunidade”.
O carro, que tem uma limitação de produção de apenas 100 unidades, tem chassi de fibra de carbono e alumínio, com suspensão independente com triângulos duplos e barras estabilizadoras. A direção hidráulica é descartada para maximizar a sensação de dirigir de um carro de corrida antigo, mas caso os compradores optem por ter, ela está como opcional.
A carroceria feita em fibra de carbono com infusão de grafeno é semelhante a que é utilizada nos mais modernos carros de F1 atualmente. Enquanto o trem de força é um motor V8 7.0 aspirado com potência insana de 650 cv. Ele é baseado no pequeno bloco LS3 da General Motors e foi modificado pela Langford Performance Engineering, uma empresa especializada na manutenção e restauração de motores de F1 aposentados.
O motor é acoplado em um câmbio manual de seis marchas como padrão, porém Nichols já adiantou que terá mais alternativas disponíveis.
No interior, um layout mais simples foi escolhido para manter o padrão rústico do carro. Além disso, um toque mais que especial foi implementado na posição e reclinação do assento, ficando na mesma posição do MP4/4 utilizado por Senna em 1988, trazendo a mesma sensação e visão que o piloto de F1 tinha em seu carro.
Pra complementar exclusividade do carro, das 100 unidades produzidas, apenas 15 terão a configuração especial do motor LS3 7.0 V8. Outros modelos terão outra configuração ainda não divulgada.
E como forma de homenagem ao seu projeto mais famoso, número 15 foi escolhido para representar o número de vitórias do MP4/4 na F1 na temporada de 1988.
Os valores do esportivo ainda não foram divulgados. Porém, pode-se esperar um valor exclusivamente caro, como o carro.