O preço médio da gasolina no Brasil ficava ao redor de R$ 7,40/l, quando este texto foi escrito. Portanto, o brasileiro reclama com razão. Mas, se no Brasil, encher o tanque do carro é caro, imagine em Hong Kong, onde 1 litro de gasolina custava o equivalente a R$ 14,40.
Os números são do site Global Petrol Prices, que mantém atualizado um banco de dados com os preços médios do combustível em 169 países. Os valores são informados em dólar americano, mas aqui foram convertidos pela cotação de R$ 5 por dólar.
Segundo o site, Hong Kong (um território autônomo chinês) é o lugar onde a gasolina custa mais caro, entre os mercados pesquisados. No segundo posto vem a República Centro-Africana, com a média de R$ 12,30/l.
E, no terceiro, Mônaco, com R$ 12,10/l. Olhando a escala ao contrário, do mais barato para o mais caro, o primeiro colocado é a nossa vizinha Venezuela, com o litro da gasolina cotado a R$ 0,12. Em seguida, vem a Líbia, com R$ 0,16/l e depois o Irã, com R$ 0,25/l. Todos conhecidos produtores e exportadores de petróleo.
O Brasil, com a cotação de R$ 7,40/l, fica na 106a posição no ranking. No sul do continente, os brasileiros pagam mais pelo combustível que os argentinos (R$ 5,05/l) e paraguaios (R$ 7,02/l). Mas gastam menos que os uruguaios (R$ 9,72/l).
Segundo o Global Petrol Prices, o preço médio da gasolina pelo mundo afora é de US$ 1,33/l (R$ 6,65/l). Em geral, os países ricos têm preços mais altos que os mais pobres.
Mas há exceções e os Estados Unidos (R$ 4,93/l) são a mais notória, pois o país é economicamente muito desenvolvido, mas ao mesmo tempo tem preço baixo. Embora lá o combustível seja vendido em galão (3,78 litros), o valor divulgado já corresponde ao custo em litros.
“As diferenças entre os preços da gasolina nos diferentes países devem-se a vários tipos de impostos e subsídios para a gasolina”, diz o site.
“Todos os países compram o petróleo nos mercados internacionais pelos mesmos valores, mas praticam políticas de preços diferentes”, informa o GPP. Os principais exportadores não seguem as cotações internacionais em seus mercados internos.
No Brasil, segundo a Petrobras, o preço da gasolina nas bombas é resultado de uma conta de quatro fatores: preço do produtor ou importador, preços do etanol obrigatoriamente adicionado, impostos (ICNS, Cide, PIS/Pasep e Cofins) e custos e lucro de distribuição e revenda.
Em seu site, a empresa brasileira mostra que, considerando um levantamento entre os dias 17 e 23 de abril, quando o preço médio do litro era de R$ 7,21; R$ 2,81 correspondiam ao valor do combustível, R$ 1,75 era relativo à cobrança de ICMS e R$ 0,69 representava a incidência dos outros impostos (Cide, PIS/Pasep e Cofins).
Havia ainda R$ 1,02 que correspondia ao custo do etanol (27%) e R$ 0,94 era a parte estimada para distribuidor e revendedor. Ou seja: o combustível (gasolina + etanol) responde por 53% (38,9% + 14,1%) do preço; os impostos estaduais e federais (24,3% + 9,5%), por 33,8%; e a comercialização por 13%.
No final das contas, combustível caro é ruim para todos: não só na hora de abastecer, mas pelos custos que agrega a outras atividades da economia. Seja aqui ou na China.