Grande atração da Honda no Salão do Automóvel, o WR-V foi um dos modelos mais procurados pela visitantes da feira. Embora muita gente diga que a novidade não passa de um Fit “aventureiro”, os executivos da marca se apressam em dizer que o WR-V é, sim, um produto novo.
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Foi essa a impressão reforçada após um longo bate-papo com Keisuke Nakamura, designer responsável pelo projeto exterior, e Luis Marcelo Kuramoto, chefe do projeto do veículo – e também o primeiro brasileiro a ocupar um cargo dessa magnitude na história da empresa no país.
Kuramoto revelou que a ideia de lançar o WR-V nasceu antes mesmo do lançamento do HR-V. “Na época, descobrimos que haveria espaço para um SUV de entrada, posicionado abaixo do CR-V. Começamos a pesquisar e definimos que o público-alvo deveria ser uma família jovem”. Partindo desse ponto, a filial brasileira norteou seu desenvolvimento em um SUV fácil de manobrar e espaçoso para levar uma família, mas que tivesse preço mais acessível do que as atuais opções do segmento – entre as quais está o próprio HR-V.
“Desenvolvemos um projeto voltado para famílias jovens que procuram um carro compacto, espaçoso e imponente. Nossa intenção foi fazer com que todos se sentissem protegidos dentro desse carro, por isso criamos um conceito chamado ‘Wild Armour’ – ou ‘Armadura Selvagem’. Procuramos reforçar a impressão de imponência por todos os lados. Do uso de materiais até o desenho dos vincos nascem da parte inferior, tudo foi pensado para reforçar essa imagem de robustez. Nossa intenção é que a parte externa estaria ‘abraçando’ e protegendo a cabine”, comentou Nakamura, que ressaltou também o uso dos cromados e das peças pintadas de prata no exterior do veículo, recurso adotado para dar um aspecto mais elegante ao modelo.
Durante a fase de desenvolvimento, a Honda pesquisou as peculiaridades do consumidor de três capitais nacionais: Fortaleza (que registra o maior crescimento no número de emplacamentos), São Paulo (dona da maior frota de veículos do país) e Curitiba (a quarta cidade mais rica do país). “Depois de andar por São Paulo, vi que a cidade tem uma energia muito forte, mas as condições de conservação do pavimento são muito divergentes. A quantidade de buracos e outros obstáculos fazem as ruas serem um pouco agressivas ao carro. Foi por isso que fizemos alterações como aumentar a altura livre em relação ao solo”, explica o designer Keisuke.
Com a ideia final em mãos, os brasileiros foram até a matriz da Honda no Japão para vender o projeto. Foram inúmeras viagens na ponte aérea Brasil-Japão, incluindo idas à matriz e visitas à São Paulo para obter o sinal verde para o projeto batizado internamente de “Little Giant”, ou “Pequeno Gigante”, em bom português. “Foi desafiador provarmos que precisavamos de um carro assim para o Brasil. No entanto, depois de obter a autorização, tivemos total autonomia para desenvolver o projeto e implantar características que achamos ser interessantes para um carro desse tipo”, diz Kuramoto.
Poucas informações relevantes sobre o WR-V foram divulgada pela Honda no Salão do Automóvel. A marca, no entanto, revelou as dimensões do carro: 4 metros de comprimento, 1,73 metro de largura e 1,57 metro de altura, com distância entre-eixos de 2,55 metros e 20 cm de distância livre em relação ao solo, medidas um pouco maiores que as do Fit e menores que as do HR-V.
A gama de versões deve seguir o padrão dos outros modelos da marca, principalmente o Fit. Do monovolume deve vir também a motorização 1.5 16V i-VTEC, que entrega até 116 cv e 15,3 mkgf de torque máximo se abastecido com etanol. O outro dado liberado pela marca é que o WR-V estreia no primeiro semestre de 2017.