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O uso do celular faz o carro andar sozinho por até 69 metros

Teste exclusivo promovido por QUATRO RODAS mostra que atitudes corriqueiras ao volante são as principais causas de acidentes

Por Isadora Carvalho
Atualizado em 18 dez 2017, 17h31 - Publicado em 26 jun 2013, 21h00
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  • Distração ao volante
    Digitar e dirigir: atividades incompatíveis  (Divulgação/Quatro Rodas)

    Distração ao volante

    Atire a primeira pedra quem nunca falou ao celular, enviou mensagens de texto ou mesmo procurou uma estação de rádio enquanto dirigia. Essas e outras fontes de distração são responsáveis por cerca de 80% dos acidentes de trânsito, segundo o NHTSA, a autoridade de segurança de trânsito dos Estados Unidos.

    As estatísticas no Brasil não chegam a captar com fidelidade esse problema. Mas, segundo informações do Laboratório de Psicofísica e Percepção da Universidade de São Paulo, 98% dos acidentes são provocados por fatores humanos, 72% deles por falhas de atenção. A universidade identifica a distração como a quarta causa mais frequente de acidentes de trânsito no país.

    A pedido de QUATRO RODAS, o Núcleo de Perícias Técnicas, especializado há 15 anos em acidentes de trânsito, realizou um teste que avalia o nível de periculosidade das principais situações de distração.

    Coordenado pelo engenheiro Márcio Montesani, especialista em reconstituição de acidentes, o teste submeteu 15 pessoas de faixas etárias diferentes a seis circunstâncias de falta de atenção.

    Celular ao volante
    Falar ao celular está entre as distrações mais perigosas ao volante (Oslaim Brito/Veja SP)

    Por meio de câmeras instaladas no interior do veículo, foi possível captar quanto tempo o condutor desvia o olhar da pista. “Conforme a velocidade e o tempo da distração, é possível calcular a extensão percorrida pelo motorista sem atenção na via”, diz o perito.

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    Entre os equipamentos disponíveis hoje, há os que permitem que o condutor tenha acesso a redes sociais ou mesmo faça uma pesquisa online. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), essas funções no painel também atuam como drenos de atenção do motorista.

    “Essas tecnologias devem ser acessadas apenas com o carro parado e o próprio sistema deve inibir o acesso caso o veículo esteja em movimento”, diz Dirceu Rodrigues Alves, diretor da Abramet.

    Ele acrescenta que as distrações mais comuns, como enviar mensagens de texto e falar ao celular com ou sem o sistema Bluetooth, são ainda mais perigosas.

    “O condutor fica desconectado da função da direção e, mesmo após voltar o olhar para a via, ele não volta com toda a atenção devida, pois ainda está na expectativa da resposta da mensagem ou mesmo da repercussão de sua ligação”, afirma.

    O tempo de reação de um motorista completamente concentrado é em média de 0,75 segundo. Caso esteja em uma ligação, o intervalo aumenta para 1,7 segundo.

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    O celular é o vilão

    O Instituto de Transportes e Tecnologia da Virgínia (VTTI), ligado ao NHTSA, afirma que as distrações envolvendo o uso de celular estão entre as mais perigosas para o condutor.

    De acordo com sua pesquisa, enviar mensagens de texto aumenta o risco de acidente em 23 vezes e fazer uma ligação diminui a atividade cerebral ligada à direção em 37%.

    Celular ao volante
    Enviar mensagem de texto pode representar andar 69 metros sem olhar para via (Oslaim Brito/Veja SP)

    A operadora de telefonia AT&T ouviu mais de 1000 motoristas americanos. Quase metade deles, 49%, admitiu enviar SMS enquanto dirige, embora praticamente todos – 98% – reconheçam que é perigoso.

    Com o objetivo de diminuir o número de acidentes relacionados ao uso do celular na direção, a justiça do estado da Califórnia proibiu a utilização do aparelho ao dirigir. A lei determina que o condutor não pode acionar nenhuma das funções. Isso inclui GPS, acesso à internet e envio de SMS.

    As ações para inibir as distrações do condutor não param por aí. A Universidade de Ohio, em parceria com a divisão de pesquisas da Honda, construiu um simulador de condução de automóveis.

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    Com investimento total de 1,3 milhão de dólares, o laboratório tem o objetivo de investigar como os condutores se comportam expostos a distrações do cotidiano.

    O simulador tem uma tecnologia que permite acompanhar a mudança de olhar. Ele ainda é capaz de monitorar a pressão arterial e cardíaca, além da taxa de respiração, para indicação do nível de stress, que também afeta a direção.

    AJUSTE DE ESTAÇÃO DE RÁDIO

    Distribuição sonora elogiável, e rádio com menu intuitivo

    Tempo de desatenção = 1,5 segundo

    Distância percorrida

    60 km/h: 25 m

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    100 km/h: 42 m

    Uma tarefa simples como o ajuste da estação do rádio leva cerca de 1,5 segundo. Parece pouco, mas é o bastante para provocar um acidente, pois a 60 km/h o condutor percorre 25 metros sem olhar para a via. Uma pesquisa do Erie Insurance, órgão de segurança dos EUA, afirma que 2% dos acidentes estão associados ao uso do rádio.

    LER MENSAGENS DE TEXTO

    Tempo de desatenção = 2 segundos

    Distância percorrida

    60 km/h: 34 m

    100 km/h: 56 m

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    O envio de mensagens de texto é a falta de atenção mais alarmante, pois envolve distração manual, visual e cognitiva simultaneamente, segundo o NHTSA. A maioria dos condutores submetidos ao teste levou 2 segundos para ler uma mensagem, o suficiente para percorrer metade de um campo de futebol como se estivesse de olhos vendados.

    BUSCAR OBJETOS EM PORTA-LUVAS

    Citroen C4 Cactus

    Tempo de desatenção = 1,5 segundo

    Distância percorrida

    60 km/h: 25 m

    100 km/h: 42 m

    Principalmente em condução noturna, o motorista que abaixa a cabeça dentro da cabine fica submetido a um ambiente escuro. Ao voltar o olhar para a pista, se cruzar com um carro com farol alto, ocorrerá ofuscamento. Nesse caso, leva de 3 a 4 segundos até o condutor recuperar a capacidade de enxergar.

    DIGITAR NÚMEROS PARA FAZER LIGAÇÃO

    Celular ao volante

    (Acervo/Quatro Rodas)

    Tempo de desatenção = 2 segundos

    Distância percorrida

    60 km/h: 34 m

    100 km/h: 56 m

    O uso de celular com uso de viva-voz ou Bluetooth não é substancialmente mais seguro, segundo o VTTI. Até agora, a pesquisa indica que a distração cognitiva de ter uma conversa ao telefone faz com que motoristas aumentem em duas vezes o tempo de reação. A ação de digitar o número já é considerada uma distração perigosa.

    ESCREVER MENSAGEM DE TEXTO

    celular ao volante
    (Acervo/Quatro Rodas)

    Tempo de desatenção = 2,5 segundos

    Distância percorrida

    60 km/h: 42 m

    100 km/h: 69 m

    Segundo dados do NHTSA, mandar mensagens de texto ao volante chega a ser seis vezes mais perigoso que dirigir depois de ingerir bebida alcoólica. Os condutores do teste voltaram o olhar para a pista quatro vezes. É possível considerar que essa distração durou 10 segundos no total e o motorista percorreu 280 metros a 100 km/h.

    PROCURAR ENDEREÇO

    Tempo de desatenção = 3 segundos

    Distância percorrida

    40 km/h: 36 m

    Procurar um endereço no trânsito ocorre em baixas velocidades, mas nem por isso é menos perigoso. No teste, para o condutor identificar as ruas, era preciso reduzir a velocidade. No entanto, é a distração que demanda maior abdicação de tempo dedicado à via: 3 segundos. De acordo com o estudo da Erie Insurance, 7% dos acidentes ocorrem durante a observação de lugares externos.

    ESTATÍSTICAS

    80% das colisões têm origem na falta de atenção ao volante

    Fonte: NHTSA

    15% dos acidentes fatais acontecem por distrações na direção

    Fonte: NHTSA

    98% dos acidentes ocorrem por fatores humanos

    Fonte: USP

    37% da atividade cerebral ligada à direção é perdida durante uma ligação

    Fonte: ITTV

    49% dos motoristas enviam SMS na direção

    Fonte: AT&T

    98% dos condutores reconhecem que trocar mensagens é perigoso

    Fonte: AT&T

    18% afirmam sentir-se mais produtivos quando trocam SMS na direção

    Fonte: AT&T

    2% da população é capaz de executar tarefas múltiplas

    Fonte: ABRAMET

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