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Drible da BYD poderá extinguir montadoras dos EUA, que cobram o presidente

Montadoras chinesas estão instalando fábricas no México para invadir os Estados Unidos sem pagar impostos, enfurecendo as fábricas do país

Por Eduardo Passos
Atualizado em 27 fev 2024, 14h08 - Publicado em 27 fev 2024, 14h07
Fabricantes dos EUA querem que Joe Biden aja urgentemente para impedir invasão de carros chineses
Fabricantes dos EUA querem que Joe Biden aja urgentemente para impedir invasão de carros chineses (Divulgação/Casa Branca)
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“Um evento a nível de extinção”. É assim que a AMA (Aliança Manufatureira dos Estados Unidos) define o estrago que a entrada de marcas chinesas pode causar nas montadoras dos EUA. Fabricantes como a BYD vêm usando o México para driblar tarifas de importação, e o presidente Joe Biden foi cobrado para intervir “antes que seja tarde”.

Parece que todos já admitem a dianteira que a China tomou em termos de tecnologia e preços de carros elétricos — o que é bem claro no Brasil. Os próprios norte-americanos agiram nesse sentido em 2018, quando elevaram de 2% para 27,5% o imposto dos carros que vêm de lá e impediram a competição.

BYD e suas conterrâneas, porém, acharam um truque: abrir fábricas no México, aproveitando o acordo para que carros feitos lá não paguem nenhuma tarifa quando vendidos nos Estados Unidos. Antes da BYD, a Chirey e a SAIC (que tem parceria com GM e Volkswagen na Ásia e, só em 2021, fabricou 5,4 milhões de automóveis) fizeram a mesma coisa; uma quarta fabricante deve repetir isso ainda neste ano.

BYD já vende bem no México, mas o foco da nova fábrica está nos EUA
BYD já vende bem no México, mas o foco da nova fábrica está nos EUA (Divulgação/BYD)

Há mais de uma década, o governo chinês investe pesado nos carros elétricos, seja diminuindo impostos internos ou fornecendo dinheiro para pesquisa e desenvolvimento na área. Logo, admite a AMA, com essa ajuda e o novo ‘truque’, é impossível equipará-los em termos de preço.

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“Estima-se que o setor automotivo chinês tenha capacidade ociosa para mais 10 milhões de veículos por ano. (…) Eles estão se ramificando e investindo pesado para acessar novos mercados, e não há mercado mais atraente que o dos Estados Unidos”, disse a Aliança em relatório, também citando que a mão-de-obra mexicana custa apenas 12% do que é pago aos americanos.

Elon Musk
Elon Musk: “Os chineses podem demolir a concorrência no mundo. Eles são extremamente bons” (Reprodução/Internet)

“Nós já vimos, nas indústrias de aço e alumínio o que acontece:”, acrescentou, “perdas de empregos, falências e desindustrialização. Levou-se décadas para que algumas das comunidades impactadas se recuperassem; outras ainda sofrem.”

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A Casa Branca foi cobrada com urgência. Entre as sugestões, estão políticas como o desconto de US$ 7.500 dado aos consumidores na compra de carros elétricos feitos nos EUA, além da fiscalização sobre os 75% de origem mexicana que os veículos feitos no país latino precisam atender para gozar da isenção.

Há até apelo aos Direitos Humanos, sugerindo tratados que proíbam a importação de bens com trabalhos forçados em sua produção. Nesse aspecto, a AMA afirma haver uso de trabalho forçado da etnia uigur, no noroeste da China.

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Joe Biden em visita à fábrica da General Motors (1)
Desde 2022, carros elétricos fabricados nos EUA tem desconto generoso no preço. As montadoras querem mais (Divulgação/Casa Branca)

Qual o verdadeiro risco?

Para alguns, o exemplo da indústria siderúrgica pode ser inadequado, dado que os automóveis são escolhidos muito graças a fatores emocionais; com a identidade norte-americana fortemente ligada ao setor, o orgulho falaria alto e causaria rejeição. “É um mercado grande, mas que não cresce. E você ainda teria que tirar do caminho marcas com muita lealdade”, opinou o consultor da Plante Moran, Dave Andrea, à Bloomberg em novembro.

Mas a Europa também seu orgulho nos carros, e lá a China, em apenas quatro anos, elevou sua participação de 0,1% para quase 10%, além de ser dona de marcas tradicionais como a Volvo. 

Não à toa, a Comissão Europeia já criou um grupo que investiga se as vantagens dadas pelo Partido Comunista Chinês são justas. A AMA tem certeza que não: “É muito grave expor a segurança econômica do país a uma competição tão descaradamente injusta”.

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