Esse carro misturado com helicóptero escapa do trânsito e tem paraquedas
Modelo tem hélices retráteis, oito motores elétricos e pode ser dirigido pelas ruas. A cabine é inteiramente de vidro, mas tem espaço só para dois ocupantes
Carro voador é um termo polêmico. Na maior parte das vezes, tratam-se de veículos de decolagem e pouso vertical, aeronaves que exigem um campo de pouso, por menor que seja.
Mas esse conceito vai na contramão e permite o deslocamento pelas ruas e estradas. Uma viagem ponto a ponto, digamos. Apresentado pela chinesa XPeng Aeroht na CES, feira de tecnologia que foi realizada em Las Vegas, Estados Unidos, o modelo mistura as características de um helicóptero com as de um automóvel. Chamado apenas de eVTOL (veículo elétrico de decolagem e pouso vertical, na sigla em inglês), o protótipo chinês ainda não tem planos de produção.
Você já leu o adesivo “sua buzina não me helicopteriza” na traseira de um carro no trânsito? O XPeng poderia fazer isso, basta estender suas hélices para se tornar um helicóptero, ainda que seja um modelo que faça as vezes de aeronave. Não é um projeto voltado para altitudes muito elevadas, adianta a empresa. É claro que a transformação e voo exigirão espaço e permissão. Na prática, a XPeng criou um conceito mais prático do que o seu carro voador anterior, o Huitian, um modelo que usa um drone gigante acoplado no teto para fazer o mesmo.
Entre os poucos dados disponíveis, a companhia afirma que são oito motores elétricos, um para cada hélice – dois por haste. Aqui não estamos falando de motorzinhos de drones, os propulsores elétricos do XPeng têm diâmetro de respeito. Quando recolhidos, eles exigem todo o espaço disponível atrás da cabine.
Falando nela, o espaço dá apenas para o motorista e carona – ou seria piloto e copiloto? Se eles quiserem, dá para relaxar e deixar os controles autônomos conduzirem o veículo. O cockpit é totalmente envidraçado, o que pode dar uma visibilidade boa em terra e ar.
Quanto ao design externo, o veículo poderia se passar por um superesportivo. Está lá a dianteira curta, o para-brisa com ângulo mais agudo possível, a traseira capaz de comportar um motor central-traseiro, em suma, detalhes de estilo que são quebrados apenas pelas indiscretas hélices. A aerodinâmica em voo é beneficiada por pontos como rodas semi cobertas, uso de câmeras nos lugares dos retrovisores e maçanetas embutidas.
Aqueles que têm medo de voar talvez respirem aliviados ao saber que o “helicarro” tem paraquedas. É um dispositivo de segurança que equipa alguns aviões pequenos, exemplo do Cirrus SR22, a aeronave que popularizou a tecnologia. Ao contrário de um paraquedas convencional, o do XPeng abre aos 50 metros, contra 200 m habituais.