Recentemente, QUATRO RODAS contou a história do Lamborghini Huracán de 2.089 cv que quebrou diferentes recordes de arrancada. A notícia deu o que falar e até parece que um dono de Fusca interpretou-a como um desafio.
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A brincadeira é por conta do Fusca 1973 de um engenheiro amador americano que, com motor de Subaru, peças de Porsche e turbocompressor Garrett, vem atingindo desempenho insano sem alterar o visual original.
Com exceção da gaiola de proteção, visível pelas janelas, é difícil apontar a fúria contida dentro do simpático Fusquinha azul do americano John Reynolds, que há anos modifica carros comuns por diversão. O projetista, entretanto, faz tudo como passatempo, dado que seu ganha-pão é como maestro de orquestras.
Segundo Reynolds, a escolha do Super Beetle foi uma homenagem engraçada ao seu irmão mais velho, recentemente falecido. “Ele tinha um carro igual a esse e creio que era o veículo mais lento do planeta. Então decidi resolver o problema”.
O construtor também brincou com as lanternas traseiras, que no Brasil carregam apelido infame ligado à cantora Fafá de Belém. “Sobre essas lanternas ridículas, que parecem uma pata de elefante? Bem, me acostumei com elas e, ao menos, ninguém baterá em minha traseira por não ver minhas luzes de freio”, cutuca, explicando que só personaliza carros com no mínimo 47 anos de idade, isentos de regras de emissões de poluentes na Califórnia.
Ao todo, foram dois anos de trabalho até o “Supersleeper” ficar pronto. O chassi foi completamente reforçado e adaptado, recebendo barra de direção do Super Beetle 1975-1979 e conjuntos de freio do VW Golf de quarta geração. Os eixos foram aproveitados do Porsche 930 e o Fusquinha ganhou amortecedores com ajuste da compressão e descompressão.
A estrela do show, porém, é o motor 2.5 boxer da Subaru que, ajudado pelo turbo, chega a 524 cv de potência quando abastecido com E85, mistura com 85% de etanol e 15% de gasolina. A unidade de força fica na traseira, no compartimento original do Super Beetle, e entrega 64,9 kgfm de torque.
Além de acomodar bem o motor, o compartimento permitiu a instalação de um radiador mais largo, com admissão melhorada graças a frestas que vinham de fábrica para a instalação do ar-condicionado, opcional à época nos Estados Unidos. O motor boxer foi melhorado e recebeu coletor de admissão feito artesanalmente, intercooler água/ar e turbocompressor Garrett G25-66.
Por fim, Reynolds adaptou transmissão manual de cinco velocidades Subaru WRX 2009, convertida para o 2WD e com acoplamento via “dog box” até a quarta marcha.
Com tantos predicados, o Supersleeper chegou à pista de testes com muitas expectativas e quase falhou na missão quando, nas passagens iniciais a embreagem sobreaqueceu. Mas tudo não foi além de um susto.
Na hora da verdade, o Fusca percorreu um oitavo de milha (200 metros) em apenas 7 segundos, cruzando a linha a cerca de 171 km/h. O carro foi de 0 a 100 km/h em 3 segundos e, durante um teste de velocidade máxima, bateu os 200 km/h sem sequer engatar a quinta marcha.
A aceleração do Fusca é tamanha que, durante os primeiros testes, o projetista precisou trocar as bombas de combustível uma vez que a força G impedia a circulação correta do etanol, fazendo com que o motor apagasse. John Reynolds, entretanto, promete ainda mais melhorias ao seu super Fusca, que seguirá em modificações. O Lamborghini Huracán que se cuide.
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