Estacionar no Brasil pode custar mais do que na Suécia e Dubai, diz estudo
Com base na paridade do poder de compra, dói mais ao bolso do brasileiro estacionar na rua do que o equivalente para um sueco ou morador dos Emirados Árabes
Se você reclama do preço que paga para estacionar, sorte sua não ser morador de Nova Iorque. A cidade norte-americana foi eleita, mais uma vez, aquela com os estacionamentos mais caros do mundo. O ranking anual é feito pela Parkopedia, que reúne dados de mais de 90 milhões de estacionamentos ao redor do planeta e o Brasil, inclusive, marca presença em lista que inclui as média de preço nacionais.
A principal métrica utilizada foi o preço para estacionar um carro em determinada cidade das 11h às 13h de uma quarta-feira. A Parkopedia dividiu o ranking entre o estacionamento na rua (ex: rotativo Zona Azul, comum em cidades brasileiras) e o estacionamento em garagens próprias, as chamadas off-street.
Nessa segunda categoria, Nova Iorque se destaca: parar um veículo por 2h na cidade custa, em média, US$ 43,10; algo em torno de R$ 230. Surpreendentemente, as três cidades que sucedem a Big Apple são australianas: Sydney, Brisbane e Melbourne, todas com tarifa acima dos R$ 100.
Posição | Cidade | Preço por duas horas |
1 | Nova York | US$ 43.10 |
2 | Sydney | US$ 32.65 |
3 | Brisbane | US$ 23.95 |
4 | Melbourne | US$ 23.60 |
5 | Chicago | US$ 22.46 |
6 | Boston | US$ 21.75 |
7 | Filadélfia | US$ 17.14 |
8 | Londres | US$ 16.64 |
9 | Washington, DC | US$ 16.47 |
Brasil na lista
Ainda que as cidades brasileiras não estejam entre as mais caras do mundo, o país, em geral, tem estacionamento um tanto “salgado”; tanto que estamos em 29º quando o assunto são as vagas mais caras na rua. Segundo a Parkopedia, estacionar um carro na calçada custa aos brasileiros, em média, R$ 9,50 (ou US$ 1,79). Esse valor, mais uma vez, considera uma parada de 11h às 13h de quarta-feira.
A empresa também montou uma lista baseada na paridade do poder de compra; ou seja, a empresa ajustou o preço comprado em dólares ao poderio financeiro médio da localidade em questão. Não surpreende que a mudança tenha encarecido ainda mais o estacionamento nacional, que saltou para 21º.
Isso significa que, na prática, dói mais no nosso bolso estacionar em uma cidade do Brasil do que a mesma coisa no bolso de um cidadão da Suécia (US$ 2,91), Bélgica (US$ 3,73) ou Emirados Árabes Unidos (US$ 1,50).
Posição ajustada ao poder de compra | País | Preço por duas horas |
1 | Rússia | US$ 22,68 |
2 | Coreia do Sul | US$ 11,62 |
3 | Países Baixos | US$ 9,94 |
4 | Noruega | US$ 9,77 |
5 | Letônia | US$ 6,69 |
6 | Finlândia | US$ 5,98 |
7 | Alemanha | US$ 5,72 |
8 | Reino Unido | US$ 5,58 |
9 | Tchéquia | US$ 5,45 |
21 | Brasil | US$ 3,95 |
Tendências
Ainda segundo a Parkopedia, não apenas o fenômeno global de inflação impactou no preço do estacionamento, que, de modo geral, cresceu entre 2019 e 2022. Com a pandemia de covid-19, muitos trabalhadores seguem evitando o transporte público por medo de contaminação. Ao mesmo tempo, a frota global de veículos cresceu ao passo que a oferta de vagas permaneceu a mesma.
Cidades como Seul têm 4 milhões de vagas e 10 milhões de veículos que circulam pela zona urbana diariamente. Tanto a capital sul-coreana como metrópoles dos EUA, por exemplo, vêm adotando tarifas dinâmicas de estacionamento, cobrando mais conforme o tráfego no momento na região.
Ao mesmo tempo, cidades europeias vêm liderando uma revolução verde que envolve desencorajar o uso de carros na cidade. Dessa forma, os altíssimos preço de estacionamento em Amsterdã, por exemplo, onde 2h na calçada custam US$ 13,31, são parte das medidas de estímulo ao uso de transporte coletivo e meios de transporte como as bicicletas.