A empresa alemã Milivié é novata, mas seu primeiro produto é um tanto audacioso. Trata-se de um Volkswagen Fusca restomod que terá apenas 22 unidades produzidas em alusão aos 22 milhões de exemplares produzidos no mundo inteiro.
Além do fato de ser todo modernizado, chama atenção o preço de cada carro: 600.000 dólares, o equivalente a R$ 3 milhões.
A base do projeto é o 1303, uma versão mais moderna do Volkswagen que não tivemos no Brasil. A equipe de Jonathan Engler, engenheiro e fundador da Milivié terá de dedicar centenas de horas em cada carro não apenas restaurando eles, mas modernizando o projeto. No final, só a estrutura da carroceria e o assoalho serão mantidos originais, garante a empresa.
Isso porque os para-lamas receberão faróis e lanternas de leds embutidos na lataria, além de faróis de neblina na região do berço do estepe. Não há para-choques ou setas destacadas, os retrovisores são aerodinâmicos e as maçanetas serão embutidas nas portas.
O aerofólio do tipo “ducktail” é apenas um dos muitos elementos inspirados nos Porsche. As saídas de escape (por sinal, de titânio) foram colocadas mais próximas.
Há intervenções ainda maiores, como o capô dianteiro redesenhado e o para-brisas curvado (que não tivemos no Brasil) e com sua base deslocada para a frente. As rodas serão sempre de 19 polegadas, com cinco opções de design, e escondem discos de 13,5 polegadas.
Os Fuscas 1303 tinham suspensão dianteira do tipo McPherson (melhor que os braços arrastados usados no modelo brasileiro), mas com a modernização de todo o chassi as suspensões passam a ser independentes do tipo duplo-A, com amortecedores de tubo duplo e molas exclusivas.
O motor também receberá um “talento”. Será um boxer refrigerado a ar com deslocamento aumentado para 2,28 litros com carburação dupla da Weber e sistema de escape free-flow de inox.
A empresa não divulga números de potência, mas já adiantou que seu Fusca modernizado terá câmbio automático ZF de quatro marchas, mesmo câmbio do Porsche Carrera 2. Câmbio manual, porém, será oferecido como opção aos compradores.
O interior é que ficou quase irreconhecível com o quadro de instrumentos digital de 12,3 polegadas, com software desenvolvido pela própria empresa, integrado a uma central multimídia de mesmo tamanho. Na prática, parecem telas saídas de algum Mercedes-Benz moderno.
O painel foi todo redesenhado e ganhou porta-objetos na parte central e superior, detalhes de madeira e um console entre os assentos dianteiros. Os paineis de porta foram inspirados nos do Porsche 911. Ainda tem portas USB, sistema de som com nove alto-falantes e amplificador.
Os quatro assentos são individuais e feitos de fibra de carbono. O fusca ainda tem câmeras frontal e traseira, sensores de estacionamento, sensores de luminosidade e chuva, direção elétrica e ar-condicionado. Para otimizar o porta-malas, cada carro será entregue com uma mala feita sob medida por Bill Amberg, combinando com as cores do estofamento.
A primeira unidade será entregue em um ano e todas os 22 exemplares estarão prontos em maio de 2025. A dúvida que fica é: vale R$ 3 milhões?