Nova lei permitirá que o DeLorean (agora elétrico) volte a ser fabricado
Em seu aniversário de 40 anos, o modelo recebeu um 'presente' que promete saciar memórias do passado
Já faz algum tempo que a ‘nova’ DeLorean Motor Company tenta relançar o famoso DMC-12, imortalizado na trilogia “De Volta Para O Futuro”. Se motivos burocráticos, entretanto, separavam sonho da realidade, as coisas mudaram bem na semana que o carro completa 40 anos.
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Isso porque o governo dos Estados Unidos aprovou, na quarta-feira (20), regulamentação especial para pequenas montadoras — necessária para que a empresa pudesse produzir o remake do veículo. E a DMC tem pressa em conclui-lo.
As novas regras vêm do NHTSA, órgão dos EUA equivalente ao Contran do Brasil, e flexibilizam exigências para a produção, em baixas quantidades, de réplicas de clássicos. O texto tramitava desde 2015 mas só agora foi completamente aprovado.
Desse modo, haverá exigências mais leves de segurança e emissões para a produção desses carros, limitados a 325 unidades anuais e com, no mínimo, 25 anos do lançamento original. Até então, pequenos fabricantes eram sujeitos às mesmas regras de gigantes automotivas, tornando os custos de produção proibitivos.
A demora foi tanta que a DMC já estava descrente com a possibilidade de recriar o clássico e raro modelo. “Foi inesperado”, comentou a companhia em nota.
De volta do passado
Apesar de réplica, o novo DMC-12 não será inteiramente igual ao original, fabricado na Irlanda. Uma das principais mudanças está na substituição do motor PRV V6 2.8 (um motor desenvolvido por Peugeot, Renault e Volvo, daí o nome), cedendo espaço a uma unidade elétrica. Infelizmente o reator de plutônio não é opcional, inviabilizando viagens no tempo ou mesmo uma maior autonomia.
Maiores detalhes sobre o carro são incertos porque, na verdade, nem a DMC sabe direito como irá produzi-lo. Isso porque a covid-19 alterou radicalmente sua cadeia de fornecedores.
“Alguns fornecedores que tínhamos na mira fecharam os negócios durante a pandemia. Outros foram absorvidos por companhias que deixaram claro que a produção de componentes em pequena escala é algo que não as interessa. Sobre isso, há muito trabalho que deverá ser refeito”, explicou.
Em um post enigmático celebrando o aniversário do DMC-12, a empresa ainda citou o consagrado escritório de design Italdesign, dando uma pista de suas novas parceiras na empreitada.
Vale lembrar que essa DMC não é a mesma empresa fundada por John DeLorean, e sim uma iniciativa do mecânico inglês Stephen Wynne, que se especializou em revender, restaurar e consertar os DMC-12, se tornando referência mundial no assunto.
Coincidência ou informação privilegiada?
O DeLorean de Marty McFly e Doutor Brown fez sua viagem ao futuro no segundo filme da trilogia, indo para o ano de 2015 (justamente quando o novo DeLorean foi anunciado).
No filme, entretanto, o carro abriu mão do seu poluente reator de plutônio do primeiro episódio em troca do Senhor Fusão, uma fonte de energia limpa que utiliza lixo doméstico para alimentar o capacitor de fluxo e circuitos de tempo.
Curiosamente, o DeLorean de Wynne previa um novo motor V6 com 400 cv e só agora, com a nova lei, decidiu por uma matriz elétrica. A justificativa? O futuro.
“Com certeza é um caminho mais fácil através do labirinto de emissões que ainda paira sobre qualquer motor de combustão interna”, completou o empreendedor, sem negar ou confirmar ter recebido consultoria dos viagens temporais.
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