![Fastback04.jpg](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/fastback04.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Faça um experimento. Entre em www.ford.com.br. Clique em “Veículos”. Você verá na lista a presença do Focus Fastback (o sedã), mas não do hatch.
Isso porque o encerramento da produção na Argentina enfim começou a surtir seus efeitos.
QUATRO RODAS confirmou junto à assessoria da fabricante que “o estoque do Focus hatch está praticamente zerado”. Por isso o produto foi retirado do configurador. Ou seja: fim de linha para ele.
O que chamou a atenção, porém, é que a configuração Fastback continua lá, firme e forte. Mas não será por muito tempo. “Ainda restam algumas unidades na rede”, justificou a marca.
![Ford Focus 2016 Ford Focus 2016](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/01/ford_focus_111.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Questionamos qual a previsão para que o três-volumes também deixe de ser oferecido, mas a resposta foi que “é muito difícil prever”. Fácil apostar, porém, que sua sobrevida não deve passar de algumas semanas.
O mais provável é que a Ford tenha focado (com o perdão do trocadilho) na produção do sedã antes de encerrar a linha produtiva da família de médios, a fim de acumular certo estoque no Brasil.
Vejamos por quê: enquanto o hatch emplacou 426 unidades nos cinco primeiros meses de 2019, sendo 53 em maio, o irmão de três volumes vendeu 868 e 111, respectivamente, nos mesmos períodos.
Seja como for, dificilmente teremos qualquer tipo de Focus zero-quilômetro em oferta no nosso mercado a partir do segundo semestre deste ano.
![Fastback02.jpg Fastback02.jpg](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/fastback02.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
História
Lançado em julho de 1998 na Europa, o Focus só chegou ao Brasil dois anos mais tarde, a fim de substituir os já obsoletos Escort e Verona. Por aqui, passou por três gerações, sempre em configurações hatch e sedã com quatro portas.
A primeira, vendida entre 2000 e 2008 – com um facelift em 2004 -, oferecia no lançamento os motores Zetec 1.8 de 115 cv e 2.0 de 130 cv, sempre quatro-cilindros com 16 válvulas.
Em 2003, o propulsor 1.8 Zetec mexicano foi substituído pelo 1.6 Zetec Rocam de fabricação nacional, com potência mais comedida (103 cv), porém maior torque a rotações mais baixas.
![Ford Focus 2003](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/06/1920px-2003_ford_focus_zetec_1.6_front1.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Por outro lado, em 2005 estreou na gama o 2.0 Duratec de bons 147 (câmbio manual) ou 140 cv (automático), sempre movido a gasolina. Em 2008, o 1.6 Rocam foi convertido a flex, com potência máxima de 113 cv com etanol.
Demorou um tempo para a chegada da segunda geração, também em 2008, já que esta estava em oferta na Europa havia quatro anos. Para tirar o atraso, a Ford lançou o Focus já com o facelift aplicado ao irmão gringo.
Em 2009 veio o propulsor 1.6 Sigma flex de 116/110 cv. Um ano mais tarde, chegou o 2.0 Duratec, também bicombustível, de 148/143 cv, independentemente do tipo de câmbio acoplado.
![Focus 1.6 16V – ed. 1/2011 Focus 1.6 16V - ed. 1/2011](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/r-613-compara-hatches-10.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Como o Focus 2 já veio reestilizado, seu ciclo durou meros cinco anos em nosso mercado. Assim, em setembro 2013 recebemos o Focus 3, alinhado com os produtos oferecidos em Estados Unidos e Europa.
Motores também foram renovados: 1.6 Sigma TiVCT, de 135/130 cv, e 2.0 Duratec Direct Flex com injeção direta, de 178/175 cv.
![Focus Sedan e Sportbrake](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/628_focu_03.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Outra estreia foi a do câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift, que inicialmente impressionou pela engenhosidade da caixa com cárter seco e pela velocidade das trocas.
Depois, porém, decepcionou pelos problemas com vibrações, superaquecimentos e afins, atrapalhando a imagem do modelo no mercado de usados.
![150622foc-05.JPG](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/150622foc-05.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Com apenas dois anos de vida, a terceira geração do Focus foi reestilizada e adotou a identidade visual global da Ford. A controversa caixa Powershift foi mantida, além dos motores.
Para dar maior destaque ao sedã frente aos rivais japoneses, a Ford adotou a alcunha “Fastback”, jamais assimilada pelo mercado como a marca gostaria.
E assim, sem o brilho de outrora, o Focus foi perdendo espaço até ser descontinuado na América do Sul. Outras partes do mundo já ostentam o Focus 4, mas este, infelizmente, passará longe das rotas do Brasil.