Forza Horizon 5 Rally Adventure tem de Focus RS do WRC a F-150 elétrica

Saudade de um Sega Rally? Quem jogou o clássico dos anos 1990 (especialmente nos fliperamas) agora tem a oportunidade de ter algumas sensações nostálgicas no Forza Horizon 5. O pacote de expansão Rally Adventure, recém-lançado, permite o encontro de carros que fizeram história nos ralis com física e nível de realismo inimagináveis há 30 anos.

Esta segunda grande expansão (DLC) do jogo, que se passa no México e foi lançado no final de 2021, cria uma nova região no mapa, chamada Sierra Nueva. Mas, na verdade, há diversos novos cenários muito diferentes do conteúdo padrão do Forza 5.

Você tem um gostinho do que te espera ao longo do jogo já nos primeiros minutos. É quando você conhece alguns dos 10 novos carros, entre eles a Ford F-150 Lightning, versão elétrica da picape. E também fica deslumbrado com os muitos novos biomas rasgados pelas 32 novas cidades.

São cânions, dunas e enormes vales escavados por rios, mas a pedreira abandonada e a floresta de palmeiras com sua enorme cachoeira enchem os olhos, tanto pelo tamanho quanto pelo nível de detalhamento.

As estradas também são diferentes. “No Rally Adventure elas são significativamente mais técnicas do que o jogo base, elas não são apenas mais estreitas, mas também têm mais relevos, cristas e seções de curvatura que fazem o jogador pensar onde freia, como gira o carro e quando volta”, explica diretor de veículos da Playground Games, Chris Phillips.

As pistas mais sinuosas obrigam a forçar a saída de traseira no local certo para andar rápido. Assim que me acostumei ao novo ambiente me peguei ajustando suspensões, distribuição da tração e dos freios e até encurtando as marchas do Ford Focus RS 2001 com o qual Colin McRae e Nicky Grist correram no WRC. 

Por sinal, esse é outro dos novos carros dessa expansão e aquele que você recebe para iniciar as atividades em Sierra Nueva – ainda que, claro, possa usar os outros em sua garagem.

Mas foi o Focus que me trouxe aquele bom saudosismo dos antigos jogos de rali. É aquela mesma boa memória ativada por qualquer Subaru Impreza STi azul com rodas douradas, que também foi eternizado por McRae no WRC. Encarar corridas no estilo time trial também tem tudo a ver com jogos de rali.

Vale destacar que joguei usando joystick e o Xbox Série S em 4K. 

Outro carro que merece destaque é o chamado Scumbug, um Fusca 1600 1973 Baja que existe no mundo real e foi criado pela Hoonigan. Ele não é tão rápido quanto os outros, mas tem seu próprio charme. Além disso, o grid das atividades é sempre composto por carros com desempenho equivalente.

Mas minha grande curiosidade, desde que surgiram as primeiras informações sobe o Forza Horizon 5 Rally Adventure, era entender como a Ford F-150 Lightning se comportaria no jogo. Se uma picape elétrica é diferente de tudo no mundo real, imagine em um jogo que depende, teoricamente, do som e das trocas de marcha para transmitir emoção aos jogadores.

Bem, a estratégia é a mesma do mundo real: usar ruídos virtuais, os mesmos que a própria Ford criou para serem reproduzidos dentro da cabine. Para Chris Phillips, esse foi um grande desafio, mas acredita que o som emulado para o carro dá a ele o caráter de uma picape tradicional.

“Sabíamos que tinha que ser o primeiro veículo que você dirige e o equipamos com tudo que você esperaria ver em uma picape indo para o deserto”, conta se referindo aos equipamentos na caçamba da F-150 Lightning.

Acontece que nem todos os novos veículos são carros convencionais. São veículos off-road de alto desempenho de empresas como Alumicraft, Jimco e Polaris, e alguns só tem um assento. Por isso, precisaram inovar para garantir a presença de um navegador.

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“Permitir que os jogadores usem qualquer carro que quiserem criou um problema único em que o co-piloto pode não caber no carro, pois temos muitos carros de assento único. Então pensamos “o que o Horizon Festival faria?” – colocar o co-piloto em um helicóptero seguindo você, é claro!”, conta o designer de jogos sênior na Playground Games, Kelly Boyle. É diferente e nas corridas à noite o helicóptero ilumina a pista, mas a qualquer hora do dia ele também levanta uma poeira que obstrui a visão.

Mas não é uma poeira qualquer. Questionado sobre o grande destaque na física do jogo que os jogadores deveriam reparar, Cris destacou justamente a forma como a poeira levanta.

“Quem já assistiu a um rali na beira da estrada sabe quanta poeira e sujeira é lançada no ar; isso era algo que sabíamos que deveríamos capturar. Nosso novo sistema de kickup leva em consideração coisas como carga do pneu, ângulo de derrapagem e velocidade de deslizamento lateral para criar um efeito significativamente mais realista. A poeira também permanece no ar por muito mais tempo”, explica o diretor de veículos.

“Você pode ver os carros passando pelas dunas à distância e sabe quando há um carro na sua frente na estrada, pois a poeira permanece no ar por muito mais tempo”, completa Kelly Boyle.

O que continua legal é a possibilidade de alternar as corridas com desafios e atividades à parte espalhados pelo mapa e adaptados à realidade de rali.

Além disso, há três equipes com corridas específicas, uma com mais off-road, outra focada em rali no asfalto e a terceira com corridas noturnas e em condições climáticas adversas. Você escolhe com qual começar e depende de formar sua reputação para avançar para outra equipe.

O Forza Horizon 5 é um ótimo jogo arcade e a expansão Rally Adventure traz justamente o universo dos ralis para esse contexto. Não é um simulador de corrida, mas traz um equilíbrio interessante entre diversão, customização e acerto do carro, e respeito aos ralis, dentro de um cenário atraente e uma física de cair o queixo.