Números apresentados pela consultoria Jato Dynamics no Workshop Planejamento Automotivo 2018, da revista Automotive Business, reforçaram a rápida evolução do mercado nacional nos últimos três anos.
Entre os destaques está no aumento exponencial da oferta do câmbio automático, de sistemas multimídias com telas cada vez maiores e garantias estendidas.
A tradicional proteção de 12 meses, por exemplo, era oferecida em só 11,1% dos carros novos vendidos em 2017. Há 11 anos, esse número era de 81%. Em contrapartida, a garantia de três anos subiu de 13,6% para 73% no mesmo período.
Motores de quatro cilindros, faróis halógenos e câmbio manual também estão em queda no Brasil, enquanto controle de estabilidade, ar-condicionado de série e turbo são oferecidos em cada vez mais carros no país. Compare o percentual de penetração desses equipamentos nos últimos anos:
Equipamento (série ou opcional)\Ano | 2006 | 2011 | 2017 |
Sistema multimídia | N/D | 0,1% | 10,8% |
Lâmpadas halógenas nos faróis | 99,7% | 97,8% | 95,3% |
Motor de 4 cilindros | 98,6% | 97,7% | 82,3% |
Turbo ou compressor | 1,2% | 2,2% | 7,8% |
Câmbio manual | 91,4% | 80,3% | 59,9% |
Ar-condicionado (de série) | 31,8% | 38,6% | 91,1% |
Fonte: Jato Dynamics
Na apresentação Vitor Klizas, presidente da Jato no Brasil, destacou que os movimentos do mercado nacional são similares ao que ocorre em outros países, como o crescimento das vendas diretas em detrimento do varejo.
Por ser regional, a penetração do motor flex é específica do Brasil e chegou a 93,2% dos carros vendidos por aqui em 2017 (em 2006 esse valor era de 80,5%). Apesar das limitações legais, o motor diesel também vem crescendo de forma tímida, mas constante: de 0,8% em 2006 para 2,1% este ano.
Um ponto curioso é que, apesar da alta dos preços, o custo de propriedade do automóvel caiu em diversos segmentos. Das quatro categorias apresentadas pela Jato, só hatches de entrada 1.0 ficaram mais caros de manter. Sedãs compactos, médios e SUVs tiveram uma queda entre 2016 e 2017.
Segundo Klizas, esse movimento ocorreu por conta da política das fabricantes de implementarem planos de manutenção com valores fixos.
Esse custo, porém, pode voltar a aumentar caso as inspeções veiculares sejam adotadas nacionalmente, como deseja a Anfavea.