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Gás carbônico tem um impacto maior no clima do que se imaginava

A relação da concentração do CO2 sobre o aquecimento global são bem maiores do que o previsto

Por Julio Cabral
Atualizado em 6 Maio 2024, 17h11 - Publicado em 10 dez 2023, 11h22
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  • O impacto das emissões de CO2 na atmosfera já pode ser sentido por todos, gerando um aquecimento global cada vez maior. Os efeitos para os próximos anos já são considerados catastróficos, no entanto, caso seja dobrado o volume de dióxido carbônico – mais conhecido como gás carbônico – na atmosfera, o dano climático pode ser ainda maior, indica um estudo publicado na revista Science.  

    A pesquisa envolveu 80 pesquisadores e levou sete anos para ser executada. Originalmente, o impacto do aumento da concentração de gás carbônico ao longo de anos ou séculos era estimado em uma elevação de temperatura entre 1,5 e 4,5 graus celsius.

    A nova base de estudos conseguiu analisar os níveis de gás carbônico a partir do período cenozóico, iniciado há 66 milhões de anos atrás. Antes do estudo, era possível analisar os dados de concentração do gás de 800 mil anos para cá. E a enorme ampliação na base de pesquisa aumentou o grau de alarme sobre a correlação entre o nível de gás carbônico e a temperatura mundial. 

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    De acordo com os cientistas, a concentração de CO2 era de 280 partes por milhão (ppm) antes da industrialização, número que passou para 419 ppm em 2022, implicando em um aumento de 1,1 grau na temperatura média global. É a maior taxa dos últimos 14 milhões de anos. A projeção é que a concentração possa chegar a 800 ppm em 2100, quase o dobro da atual.

    São números que chegam perto dos encontrados há 50 milhões de anos atrás, era em que a concentração de CO2 ficava em torno de 500 ppm acima da atual, ou seja, algo mais próximo de 1000 ppm. Na época, a temperatura média global era de 12 graus celsius acima da atual. 

    A relação ainda mais forte entre a concentração de CO2 e a temperatura global ficou ainda mais clara – e grave – com a nova base de pesquisa. Se seguir o ambiente encontrado há dezenas de milhões de anos, a temperatura pode se elevar a mais do que o limite de 4,5 graus previsto até então, o que implicaria em mudanças climáticas ainda mais graves do que as previstas, causando desertificação, degelo das calotas polares, inundação das áreas costeiras, perda de terras agriculturais, entre outros desastres naturais. 

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