Para muita gente – entre eles nossos leitores – a nova geração do Honda Civic Si não alcançou a expectativa quanto aos números de potência e torque: seu 1.5 turbo i-VTEC produz 208 cv e 26,6 mkgf, bem abaixo de seus possíveis concorrentes, como o Golf GTI (220 cv e 35,7 mkgf) e o Focus ST (255 cv e 36,7 mkgf). A Honda já começou a dar suas justificativas.
Ouvido pelo Autoblog, Davis Adams, representante da Honda nos EUA, disse que a fabricante optou por não usar como ponto de partida o 2.0 do Civic Type-R (com 310 cv e 40,7 mkgf) por uma questão de custo. A engenharia acreditava que poderia tirar mais do 1.5 que já equipa o Civic Touring. Além disso, queria garantir um preço mais acessível para a versão.
O resultado é um motor 1.5 turbo com outro mapa de injeção e maior pressão no turbocompressor. Componentes internos são praticamente os mesmos da versão Touring, topo de linha no Brasil, que por aqui rende 173 cv e 22,4 mkgf.
Outra razão para a menor potência, de acordo com Adams, é que o Civic Si não tem o objetivo de ser uma versão tão mais esportiva que o carro convencional, como ocorre com os GTI e ST. “O Si é criado para ter um sabor diferente, ser mais ágil e preciso.” As afirmações também dão a entender que o japonês será um pouco mais barato que o Golf e o Focus concorrentes.
Também há a questão do peso. O novo Civic Si é um pouco mais leve que o anterior: são 1.361 kg para o sedã e 1.348 para o cupê. Enquanto isso, o Focus ST pesa 1.461 kg e o Golf GTI tem 1.374 kg.
O que não se discute é que o tradicional caráter “girador” dos Civic esportivos mudou. O novo motor 1.5 turbo atinge sua potência máxima de 208 cv a 5.700 rpm e seu torque máximo de 26,6 mkgf a apenas 2.100 rpm.
Para efeito de comparação, o antigo 2.4 aspirado produzia 206 cv a 7.000 rpm e 23,9 mkgf a 4.400 rpm. Ou seja: o novo Si deve ter números de desempenho melhores que o anterior. Mas aquela necessidade de ver o ponteiro se aproximando da faixa vermelha já era.