Hyundai Santa Cruz é picape com tudo para causar pesadelos à Fiat Toro
Hyundai estreia na categoria das picapes médias-compactas com tecnologia e bom desempenho que prometem acirrar briga do setor
Quando você pensa em Hyundai o que vem à mente? Provavelmente não são picapes, mas a inédita Hyundai Santa Cruz está disposta a mudar esse cenário.
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Apresentada hoje, a caminhonete representa mais um passo ousado da coreana, que segue expandindo o seu portfólio. A novidade até pode desembarcar no Brasil futuramente e, se depender do cartão de visitas, chegará tirando o sono da picape média-compacta Fiat Toro.
Tucson picape
A Hyundai parece não se importar com as críticas à sua atual identidade estética. Na nova Santa Cruz, por exemplo, manteve dianteira quase igual ao do SUV Tucson, com faróis em formato idêntico à grade tridimensional à qual se misturam.
Criativa, essa solução permite que, quando apagadas, as peças se camuflem, como se houvesse apenas a grelha sob a tampa do capô, que ganhou vincos exclusivos.
Os para-choques também mudaram em relação ao Tucson, com linhas geométricas destacadas e maior proteção às luzes de neblina, que ficam recuadas.
Em termos de carroceria, os primeiros volumes também se parecem muito, com sutis mudanças na linha das portas e no entre-eixos 25 cm mais longo. As rodas são de aro 20’’ mas com pneus finos, de modo que o conjunto não parece tão grande.
Ponto principal de uma picape, a Santa Cruz tem caçamba que, fechada, mede 122,9 cm — chegando a 132,3 cm com a tampa abaixada. O compartimento também conta com santantônio embutido, suavizando a transição para a coluna C. A picape da Hyundai ainda tem uma espécie de porta-malas sob o assoalho da caçamba.
A peça é semelhante à solução adotada pela Fiat na Toro Ultra, mas as semelhanças não param por aí. Com 4,97 m de comprimento, 1,90 m de largura e 1,69 m de altura, a Hyundai Santa Cruz se aproxima bastante da picape brasileira em termos de dimensões. O segmento vem se aquecendo e promete briga cada vez mais acirrada, com a chegada de modelos como a Ford Maverick.
Interior da Hyundai Santa Cruz
Sem muita margem para ousadia na cabine dupla, a Hyundai focou em aproveitar da melhor forma possível o espaço limitado. Para tanto, os bancos foram feitos pensados em longas viagens, a fim de tornar o trajeto agradável para quem vai na frente e suportável para os passageiros de trás.
Na segunda fileira também há nichos sob os assentos, que podem ser recolhidos para armazenar malas de viagem, por exemplo, sem expô-las às condições mais hostis da caçamba.
O painel é praticamente igual ao do novo Tucson e segue a moda com central multimídia de 10’’, embutida à placa tátil que abriga comandos de pisca-alerta e ar-condicionado, entre outros. Outra tela, do mesmo tamanho e formato, serve como painel de instrumentos mas não é item de série.
A caminhonete também oferece sistemas de segurança como controle de cruzeiro adaptativo, frenagem emergencial com detecção de obstáculos na pista e sensor para medir a atenção do motorista.
Completando as mordomias, há sistema de áudio Bose opcional e suporte à assistência da Hyundai, chamada de Blue Link.
Motorzão turbo
Nas versões de entrada, a Hyundai Santa Cruz oferece motor 2.5 com quatro cilindros e injeção direta, resultando em cerca de 192 cv de potência e 24,8 kgfm de torque. Nesse caso, a transmissão é automática, com oito marchas e conversor de torque.
Opção mais potente tem o mesmo motor 2.5 em versão turbo com injeção direta, chegando aos 278 cv e 42,8 kgfm e acoplado ao câmbio automático com embreagem dupla. Para melhorar, essa variante traz borboletas para controle das oito marchas no volante.
As duas motorizações contam com tração integral e seletor de modo de condução conforme o terreno. A partir do comando do motorista e de sensores embarcados, o carro distribui e vetoriza seu torque da melhor forma possível e, em consequência, promete resultados como poder de reboque de até 2.267 kg.
Saiba seu lugar
De acordo com a Hyundai, o projeto da Santa Cruz partiu do conceito SAV (veículos de aventura esportiva, na tradução livre). Óbvio que a sigla não é seguida à risca e a atenção foi dada mesmo às pesquisas de mercado.
Com base nos anseios do consumidor, a montadora decidiu agradar um nicho de pessoas que vivem em ambientes urbanos mas que gostam de, com frequência, viajar para o campo, praia ou interior.
“Muitos desses clientes carregam equipamentos que cabem melhor em uma picape do que em um SUV. Eles querem transporte versátil e igualmente flexível. (…) Ao mesmo tempo, esses clientes valorizam a utilidade de um SUV compacto”, justificou a companhia.
Nesse caso, não é preciso muito esforço para compreender que seu foco é no segmento das caminhonetes sub-médias, que ainda não é explorado nos EUA. Mas em breve terá de conviver com a Ford Maverick.
Fabricada inicialmente no Alabama, a Hyundai Santa Cruz será lançada no meio do ano no mercado americano. Os preços serão revelados adiante e a pré-venda começa ainda em abril.
A Hyundai Santa Cruz até poderá chegar ao Brasil posteriormente. Para isso, porém, precisaria ser fabricada localmente e ter capacidade produtiva para tanto. Como, neste momento, a picape será produzida apenas nos EUA, seria difícil uma importação a preços competitivos no curto prazo.