iX1: BMW X1 elétrico é SUV com rodar de sedã contra Volvo XC40
O SUV elétrico é tão inovador quanto seu antecessor, tem pegada esportiva e traduz a melhor fase do X1
Primeiro carro elétrico da BMW na era moderna, o i3 teve a sua produção encerrada em meados deste ano por dois principais motivos: altos custos de produção e a iminente estreia de seu substituto, o inédito iX1.
O modelo, que também chega para ocupar o posto de elétrico mais barato da marca, debuta nas lojas alemãs neste mês de novembro e tem chances de chegar ao Brasil em 2023.
Bem antes disso, porém, QUATRO RODAS foi até Regensburg, na Alemanha, onde o iX1 é produzido, para conhecê-lo de perto e saber se ele tem o mesmo potencial revolucionário de seu antecessor.
O iX1 é declaradamente a versão elétrica do X1 e não faz esforço algum para que se pense o contrário disso – uma revolução, visto que muitos elétricos ainda buscam desenhos excêntricos para fugir do comum.
O modelo chega na versão única xDrive30, com duas aparências diferentes. A padrão se diferencia das versões a combustão por detalhes em azul, enquanto a mais cara, com pacote visual M (como a que andamos e aparece nas fotos) tem alterações ainda mais sutis.
As diferenças estão na grade fechada (o que passará despercebido em razão da pintura da peça), na borda azul dos logotipos da BMW e no nome iX1 estampado na traseira. As rodas, de série, são de 17 polegadas, mas chegam a 20”, com desenho esportivo, no pacote M. No desenho, é possível dizer sem medo que o X1 está em sua melhor forma, com pitadas de esportividade e sem exageros visuais.
A lateral, com grande área envidraçada, e a traseira, com o vidro pronunciado e as lanternas estreitas invadindo a tampa do porta-malas, têm forte inspiração na primeira geração do SUV, apresentada em 2009.
Entre os itens inéditos estão as maçanetas embutidas, que ajudam na aerodinâmica do carro. Mas não é só por fora que o novo X1 (ou iX1) alcança seu ápice. O interior também chega à melhor fase das três gerações, com nível superior de acabamento e aparência de personalidade.
O destaque fica para o conjunto curvo de telas, assim como nos novos Série 3 e 4 e no elétrico iX, mas com telas ligeiramente menores do que nesses modelos: são 10,25 polegadas no quadro de instrumentos e 10,7 polegadas para a central multimídia, esta com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
Ainda no interior, o painel tem desenho moderno, com saídas de ar em posição incomum (uma à esquerda do motorista, outra central, e duas à frente do passageiro), revestimento macio na parte superior do painel e mistura de cores e texturas.
O console central é dividido em dois níveis, com o inferior servindo para guardar objetos e carregar o celular em um carregador sem fio vertical, e o superior, com efeito flutuante, para abrigar os comandos de câmbio e condução do veículo.
Permaneceremos mais um pouco dentro do iX1, mas agora para falar de conforto e espaço, o que há de sobra, já que o novo X1 cresceu em todas as dimensões em relação ao modelo anterior.
Os 5,3 cm extras, no comprimento; 2,4 cm, na largura; e 2,2 cm, na distância entre-eixos, impactam diretamente na vida dos ocupantes traseiros, que viajam sem motivos para reclamar de espaço.
O único inconveniente aparece para quem precisar ir no assento do meio, que poderá se incomodar com o alto túnel central.
As medidas também influenciam no porta-malas, que ganhou 35 litros e agora tem ótimos 540 litros para levar bastante bagagem.
COMBUSTÃO A BORDO
A dirigibilidade do iX1, assim como no BMW i4, não renega a tradição da marca com veia esportiva.
A direção tem relativo peso, com manobras precisas, e a suspensão é firme. Pelas ruas e estradas alemãs (incluindo trechos sem limite de velocidade das famosas Autobahnen) ele foi bem, agarrado ao chão, com estabilidade garantida, mas com um balanço confortável, sem os típicos solavancos de esportivos que têm cursos menores de amortecedores.
No único buraco encontrado pelo caminho, a pancada seca mostrou os contras de um conjunto tão firme – e onde deverá sofrer se (ou quando) for comercializado no Brasil. Na prática, é uma condução muito mais próxima da dos sedãs da marca do que do iX, outro SUV elétrico da fabricante que aposta totalmente no conforto.
Alguns parâmetros podem ser atenuados ou reforçados de acordo com o modo de condução escolhido pelo motorista, e são três: Personal, com ajustes mais equilibrados; Efficiente, para uma condução mais econômica; e Sport, para uma tocada mais esportiva – o que inclui até um “ronco” emitido pelos alto-falantes, com um ruído que imita o barulho de um motor a combustão, mas com timbres um pouco mudados: mais metálicos e futuristas.
O “ronco” pode ser ativado em outros modos, e é interessante para quem quer fugir do silêncio. Além destes, outros dois modos inéditos foram adicionados, o Expressive e o Relax. Estes, porém, mudam apenas a ambientação, como luzes e o fundo das telas, sem nenhuma alteração mecânica. No Relax, o motorista passa a receber a massagem pelo banco.
O iX1 é sempre equipado com dois motores elétricos, posicionados um em cada eixo. Isso faz com que o SUV tenha tração integral. São 317 cv de potência e 50,4 kgfm de torque extraídos das unidades “abastecidas” com energia elétrica.
Segundo a marca, o X1 elétrico vai de 0 a 100 km/h em rápidos 5,6 segundos, mas tem a velocidade máxima limitada a 180 km/h para preservar a bateria e a carga das baterias. Por falar na autonomia, o alcance projetado é de até 440 km medidos no ciclo misto europeu.
Para recarregar o modelo, também de acordo com a fábrica, são necessárias 6h30 em um wallbox de 11 kW (0 a 100%) ou 29 minutos em um carregador de 130 kW, neste caso, para uma carga de 10 a 80%.
ESPERA GARANTIDA
Apesar de ainda não ter uma confirmação oficial por parte da BMW, nossa aposta é que o iX1 chegue ao mercado brasileiro já em 2023, considerando o ligeiro ritmo de lançamentos que a marca tem adotado no Brasil.
Porém, ele chegaria por aqui importado, já que a produção nacional do novo X1 em Araquari (Santa Catarina), confirmada para 2023, será exclusiva para versões sem eletrificação, assim como acontece com outros carros da marca feitos por aqui.
Hoje, o X1 nacional é equipado com motor 2.0 turbo flex de 192 cv, motor que deverá seguir equipando versões do modelo. Existe ainda a chance de que o SUV ganhe uma nova versão de entrada e alguma equipada com motorização híbrida. Tudo isso, porém, só deverá ser confirmado no próximo ano.
Veredicto – Em sua melhor forma visual e tecnológica, o SUV promove mais uma revolução entre os elétricos da BMW.
Ficha Técnica – BMW iX1
Motor: elétrico (dois), 317 cv, 50,4 kgfm; capacidade de bateria, 64,7 kWh/232 Ah
Câmbio: automático, 1 marcha + ré; tração integral
Direção: elétrica
Suspensão: ind. McPherson (diant.) e multilink (tras.)
Freios: disco ventilado nas quatro rodas
Pneus: 205/65 R17
Dimensões: compr., 450 cm; larg., 210,4 cm; alt., 161,6 cm; entre-eixos, 269,2 cm; peso, 2.010 kg; porta-malas, 540 l
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 5,6 s; velocidade máxima de 180 km/h (limitado eletronicamente); autonomia, 440 km
Recarga*: 0 a 100% em 6h30, a 11 kW (wallbox); 10 a 80% em 29 min a 130 kW (carregador rápido)
*Dados de fábrica