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Jornal acusa Mercedes-Benz de fraudar mais de 1 milhão de motores

Veículos a diesel teriam sido vendidos na Europa e nos EUA; caso seria semelhante ao "dieselgate" da Volkswagen

Por Vitor Matsubara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 jul 2017, 14h26 - Publicado em 14 jul 2017, 14h05
Mercedes-Benz C 250 CDI
Fraude teria sido realizada para burlar testes de emissões de poluentes (Mercedes-Benz/Divulgação)

A Mercedes-Benz teria realizado alterações ilegais em motores a diesel para fraudar os resultados de testes de emissões de poluentes.

Segundo a agência de notícias AFP, a informação foi revelada pelo jornal Süddeutsche Zeitung, em investigação conjunta com as emissoras de televisão NDR e WDR.

Os veículos de comunicação afirmam que a Mercedes-Benz teria manipulado taxas de emissões entre 2008 e 2016 em “carros de passeio e utilitários dotados de propulsores das famílias OM642 e OM651”.

De acordo com uma investigação aberta em março pela justiça alemã, a fraude atingiria mais de 1 milhão de veículos vendidos na Europa e nos Estados Unidos.

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A linha OM642 é formada pelo motor 3.0 V6 turbo, utilizado em antigas gerações das Classes C, E e S, além de alguns SUVs (como as Classes G, GL e M) e vans comerciais (Sprinter e Vito). Já a gama OM651 era formada por duas motorizações a gasolina (de 1,8 ou 2,1 litros).

Motor do Mercedes-Benz C300 CDI
Duas famílias de motor estariam no novo escândalo (Mercedes-Benz/Divulgação)

Devido à heranças de projeto da finada aliança DaimlerChrysler, as motorizações também teriam sido utilizadas em modelos do grupo Chrysler, como os Jeep Cherokee e Commander e o Chrysler 300C.

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Entretanto, ainda não se sabe se o escândalo poderia afetar os norte-americanos.

Por ora, a investigação estaria concentrada em dois funcionários da Daimler, responsáveis pelo desenvolvimento de programas eletrônicos para motorizações a diesel.

O caso, aliás, impressiona pela grande semelhança com o “dieselgate” da Volkswagen, nome dado ao esquema de adulteração de motores que veio à tona em setembro de 2015 nos Estados Unidos.

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A instalação de um software desenvolvido para burlar testes de emissões de poluentes teria atingido 11 milhões de veículos no mundo inteiro – inclusive no Brasil, onde 17 mil unidades da picape Amarok foram convocadas para um recall.

A VW foi multada em todas as partes do planeta e vários executivos (inclusive o então CEO do Grupo Volkswagen, Martin Winterkorn) deixaram a companhia.

O “dieselgate” teve consequências nas outras marcas do grupo, que precisaram cortar custos para manter as finanças do conglomerado em dia.

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Procurada pela AFP, a Daimler preferiu não comentar sobre o caso, limitando-se a dizer que está cooperando com as investigações conduzidas pelas autoridades alemãs.

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