A justiça americana invalidou a maioria dos processos contra a General Motors, movidos por conta das mortes e acidentes ocorridos antes de 2009 devido a um defeito no sistema de ignição dos veículos da montadora. Segundo apuração, esse problema provocou acidentes que estão relacionados a pelo menos 84 mortes e obrigaram a GM a fazer um recall tardio de 2,6 milhões de automóveis em 2014.
O resultado do julgamento, realizado na última quarta-feira, 15, é uma vitória para a montadora americana, uma vez que analistas afirmavam que a empresa poderia ser obrigada a pagar indenizações de até US$ 10 bilhões. Mais de cem ações coletivas foram apresentadas contra a GM no país por causa do episódio.
Em 2009, a empresa entrou em concordata e, com a ajuda do governo americano, ressurgiu juridicamente como uma nova empresa. A “nova” GM, de acordo com os termos do plano de reestruturação, não poderia ser vinculada ao problema no sistema de ignição e, por isso, não poderia ser responsabilizada judicialmente pelos ocorridos. O juiz Robert Gerber, responsável pela sentença, reiterou que apenas os processos que não se baseiam na conduta da “velha GM” poderiam ser considerados legítimos.
A decisão dificulta ações de vítimas de acidentados e atenua a culpa da montadora, que já havia se mantido calada com relação ao defeito no sistema de ignição, adiou o recall dos veículos danificados e foi acusada, ainda, de ter causado muito mais mortes do que se tem informação atualmente.