Livro conta a história do primeiro Alfa Romeo criado sob comando da Fiat
Lançado em 1992, o Alfa Romeo 155 é homenageado em um livro por completar 30 anos e entrar para a galeria dos clássicos
O filosofo francês Blaise Pascal (1623-1662) dizia que “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. E essa máxima pode ajudar a compreender por que algumas fábricas de automóveis gozam de tanto apreço por parte das pessoas, como é o caso da Alfa Romeo entre os brasileiros.
A Alfa Romeo tem uma história gloriosa, quando o assunto são as competições e os projetos de carros de rua bonitos. Mas, no Brasil, a marca teve duas passagens que foram desastrosas: uma em 1968, quando se instalou no país com a compra da FNM (Fábrica Nacional de Motores), e outra em 1990, como importadora.
Até hoje, porém, há quem lembre daqueles tempos com saudade e torça para a volta da marca ao mercado. A Alfa Romeo é cultuada por fãs, que se organizam em clubes, promovem encontros de colecionadores, passeios e exposições de carros antigos.
O médico pediatra Marcus Myrrha é um desses entusiastas. Diretor do Alfa Romeo Clube do Brasil e da Alfa Cult ( Associação Cultural dos Proprietários Alfa Romeo no Brasil), ele lança este mês, durante o encontro Brasil Classics Show (de 16 a 18/6, em Araxá-MG), um livro comemorativo dos 30 anos do modelo 155, famoso pelas participações nas pistas de Turismo europeias e, no Brasil, por ser um dos modelos comercializados na segunda passagem da marca.
Na obra, Mirrha fala das origens do projeto, desde os primórdios da ALFA (Anonima Lombarda Fabbrica Automobili), em 1910, até o aparecimento das primeiras berlinas – sedãs – com o lançamento do Giulietta, em 1955, e a evolução dessa família até 1992, quando surge o 155, o qual sucedeu o modelo 75, após a aquisição da Alfa Romeo pela Fiat, em 1986.
O sedã foi apresentado no Salão de Barcelona, na Espanha, em janeiro daquele ano.
O Alfa Romeo 155 foi o primeiro carro lançado sob a gestão da Fiat e teve uma recepção morna por parte dos alfistas, na Itália, por utilizar uma plataforma compartilhada com outros carros do grupo (Fiat Tempra e Lancia Dedra) e ser o primeiro sedã médio da Alfa com tração dianteira, quebrando a tradição da tração traseira.
Segundo o autor, porém, antes dele, outros Alfa menores, como Alfasud, Arma e 33, já traziam esse tipo de configuração dianteira. Depois do 155, foi a vez do sedã grande 164 seguir esse caminho.
“O último a abandonar a tração traseira foi a Spider da série 115, descontinuada em 1994”, diz Myrrha, que pede uma “licença poética” para se referir ao Alfa com o artigo feminino, por ser uma macchina (máquina, em italiano).
Myrrha conta que sua paixão por Alfa Romeo é antiga e que tem devoção especial “pelas 155” , modelo do qual ele possuiu cinco unidades, incluindo uma raridade, de importação independente, ano 1992, equipada com motor V6.
De acordo com o colecionador, o sedã teve 969 unidades importadas oficialmente pela Fiat/Alfa Romeo, entre 1995 e 1996, sendo as últimas ano/modelo 1997, e cerca de 20 exemplares foram trazidos por importadores independentes em anos anteriores.
Todas as unidades importadas oficialmente eram equipadas com motor de quatro cilindros, 2.0 Twin Spark 16V de 218 cv, nas versões Elegance (mais sóbria) e Super (mais esportiva). “Das trazidas por importação independente, três eram V6, duas 1.8 Twin Spark 8V (uma delas da série Silverstone) e cerca de quinze 2.0 Twin Spark oito válvulas”, afirma o alfista.
Como se vê, Myrrha sabe tudo mesmo sobre o 155. O livro Alfa Romeo 155 30 anos – Transição e Glória foi editado pela Alfa Cult e pode ser adquirido diretamente com a editora.
Custa R$ 180, a tiragem é de 310 exemplares e a renda será revertida para uma obra assistencial. “O Cuore sempre fala mais alto”, diz o autor, se referindo à grande dianteira dos carros em forma de coração, em italiano: il Cuore Sportivo.
Serviço Alfa Cult: telefone/WhatsApp: (31) 97165-5110. E-mail: alfa155@alfacult.com.br.