Com a evolução tecnológica dos carros, as atualizações over-the-air (OTA) estão cada vez mais comuns e importantes. Utilizando a internet, o carro atualiza seus programas de computador e pode, por exemplo, melhorar o alcance de sua bateria ao ajustar o gerenciamento térmico do sistema — algo que ocorreu recentemente com o Porsche Taycan vendido no Brasil.
A atualização, entretanto, também serve para extrair mais dinheiro dos compradores: depois da BMW (que cobra para liberar o aquecimento dos bancos) a Mercedes-Benz é mais uma fabricante a seguir por esse caminho e agora cobra um valor anual para liberar toda a potência de alguns dos seus modelos.
O modelo de assinatura já vigora nos Estados Unidos, onde o dono precisa pagar US$ 1.200 anuais para incrementar a performance da linha EQE e EQS, parcialmente vendida no Brasil. Por esse valor, o EQE e o EQE SUV vão de 292 cv para 353 cv. Upgrade equivalente leva o EQS e o EQS SUV de 360 cv para 448 cv.
O pacote é comprado no próprio site da marca, e é aplicado via central multimídia do carro, que imediatamente repassa a informação ao comando eletrônico dos motores (ECU), que libera o desempenho adicional. A Mercedes-Benz afirma que esse “ajuste fino” dos motores também inclui mais torque e uma nova curva desse torque e da potência.
Na prática, além de velocidade máxima ampliada, os carros também ficam mais rápidos: o EQE SUV, por exemplo, passa a ir de 0 a 100 km/h em 5,2 s — 1 s mais rápido do que sem a atualização. O EQS sedã baixa seu tempo no a 0 a 100 km/h em 5,3 s para 4,5 s.