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Miura Saga: olha quem está falando!

Sem economiza em luxo e tecnologia, a versão Saga do Miura avisava a hora de prender o cinto ou abastecer

Por Fabiano Pereira
Atualizado em 23 nov 2016, 20h38 - Publicado em 23 fev 2016, 20h26
Miura Saga
A carroceria de fibra de vidro vestia uma mecânica de Santana (Marco de Bari/Quatro Rodas)

“Aqui está uma das maneiras de se dirigir um carro do século 21. A outra é esperar 14 anos.” Pode até soar presunçoso, mas o texto do anúncio do Miura Saga de 1986 não estava distante da realidade. O modelo era mesmo um mostruário dos mais sofisticados recursos de bordo para automóveis. Até para os padrões atuais o nível de equipamento do Saga impressiona. Nos anos 80, então…

Revelado no Salão do Automóvel de 1984, a nova versão era o topo de linha da marca – custava 58 milhões de cruzeiros, equivalente a quase 200 mil reais hoje. O Saga parecia uma versão de três volumes do Targa e do Spider. Sem o vinco diagonal dos outros dois e com frisos que percorriam as laterais, o estilo imprimia discrição, embora a frente pronunciada contrastasse com o volume curto do porta-malas. Mas seu forte eram os itens de série, como teto solar, bancos de couro, ar-condicionado e trio elétrico.

Miura Saga
O Saga não tinha o vinco lateral típico dos Miura (Acervo/Quatro Rodas)

Com o motor 1.8 a álcool do Santana, que estreava nos Miura com o Saga, os 1 200 kg (70 kg mais que o sedã VW) davam trabalho a seus 92 cv – havia ainda a versão a gasolina de apenas 87 cv. Até então os Miura só usavam motores VW 1.6, refrigerados a ar e depois a água. Assim, a esportividade mesmo ficava por conta do visual. O Saga alcançava 175 km/h e ia de 0 a 100 km/h em 13 segundos, segundo a fábrica. O destaque mecânico eram os freios a disco nas quatro rodas, algo que só o Alfa Romeo 2300 Ti4 tinha. Já em 1985 o Saga correspondia a 60% da produção da Miura.

Miura Saga
O motor Volkswagen 1.8 também vinha do Santana ()

A linha 1986 agregou futurismo ao luxo. Com 42 000 km rodados, o Miura Saga 1987/1988 a gasolina das fotos ao lado exemplifica bem isso. A abertura da porta por controle remoto é um prólogo do espetáculo eletrônico que a maioria dos importados de hoje não oferece. “A regulagem eletrônica de altura do volante transforma a posição baixa em esportiva. Já a alta deixa a direção menos cansativa em trânsito mais pesado”, diz o dono, um técnico eletrônico paulista.

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Miura Saga
A TV em preto e branco no meio do painel era um luxo na época ()

Acima do rádio, está a pequena TV preto e branco japonesa de série, com tela de 5 polegadas, equivalente à de um celular atual. O toca-fitas Tojo traz equalizador, próximo ao controle do computador de bordo. Com sistema de voz, este avisa o motorista sobre funções como afivelar o cinto de segurança, abastecer, checar temperatura do motor e a pressão do óleo e retirar a chave do contato – o computador também controla o sensor crepuscular. Não faltava nem uma minigeladeira, instalada na lateral esquerda do banco traseiro.

Miura Saga
Requinte garantido pelo interior todo de couro ()

Essa primeira geração durou até 1988, ano em que a Miura passou a adotar o novo motor AP-2000 do Santana. Desde 1987 havia o Miura 787, baseado no Saga, porém 5 cm mais curto, com traseira hatch e aerofólio. Para 1989, o novo Saga ganhou uma traseira em que o vidro emendava com os laterais. Com a abertura das importações, em 1990, ele perdeu o ar de exclusividade e a produção parou dois anos depois, encerrando a história de um carro nacional que mesmo hoje, 24 anos depois, causaria inveja a muito importado por aí. 

Ficha Técnica – Miura Saga 1988
Motor: dianteiro, 4 cilindros, longitudinal, 1 984 cm³, 2 válvulas por cilindro, carburador duplo, refrigeração a água, a gasolina; Diâmetro x curso: 81 x 86,4 mm; Taxa de compressão: 8,5:1; Potência: 87 cv a 5 400 rpm; Torque: 14,6 mkgf a 2 800 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Carroceria: cupê de 2 portas
Dimensões: comprimento, 453 cm; largura, 169 cm; altura, 133 cm; entre-eixos, 258 cm; peso, 1 200 kg
Suspensão: Dianteira: independente, McPherson, braços triangulares transversais, barra estabilizadora, molas helicoidais. Traseira: eixo rígido, barra estabilizadora, molas helicoidais
Freios: disco nas 4 rodas
Rodas e pneus: liga leve, 6,5 x 14; pneus 195/70 R14
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