Montadoras querem adiar regras mais duras de emissões e segurança
Associação dos fabricantes pedirá adiamento das obrigatoriedades previstas para os próximos anos, devido ao rombo gerado pelo coronavírus
![Fumaça do escapamento de caminhão](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/06/maxresdefault1-e1592945966923.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes Automotores) vai pedir ao governo federal um adiamento de novas normas de segurança e eficiência energética que estão em iminência de entrar em vigor no Brasil.
A informação é do parceiro Autos Segredos, obtida junto ao presidente do órgão, Luiz Carlos Moraes, durante entrevista coletiva concedida a jornalistas nesta terça-feira (23).
Uma das iniciativas terá a ver com normas de segurança ainda não especificadas pela Anfavea.
O próximo item a ser tornado obrigatório será o controle eletrônico de estabilidade e tração (ESC), em todos os automóveis e comerciais leves vendidos no país a partir de 2022.
Vale observar que tal regra já vige de maneira parcial, visto que desde janeiro deste ano novos projetos enquadrados na legislação já precisam contar com o equipamento.
![Chevrolet S10](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/637_compa2_18.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A outra é o Proconve 8, oitava fase do programa de melhoria de eficiência energética e controle das emissões de gases poluentes em veículos pesados de passageiro ou carga.
Esta segunda entraria em vigor em 2022 para novos projetos e em 2023 para qualquer novo veículo pesado, incluindo de passageiros com capacidade para mais de oito pessoas (ônibus) e de transporte de carga (caminhões).
Segundo Anfavea, o pedido será feito por conta do rombo financeiro sofrido pelo setor devido à crise do coronavírus, que levou as vendas de carros a caírem até 90% nos últimos três meses.
Por conta da pandemia, a entidade prevê uma queda de 40% nos emplacamentos ao fim deste ano em relação a 2019, e já há executivos calculando um prejuízo na casa de R$ 40 bilhões.
![9tro-25-years-of-bosch-esp-4](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/9tro-25-years-of-bosch-esp-4.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Segundo o Autos Segredos, Luiz Carlos Moraes afirmou na entrevista que a Anfavea “não é contra os marcos regulatórios”, mas o momento atual “exige que se estude alternativas para a sobrevivência da indústria automotiva”.
Além disso, na visão do executivo, consumidores terão o poder de compra comprometido por causa da crise, e não talvez não tenham condições de arcar com os custos de aquisição de veículos mais caros.
QUATRO RODAS também entende que a paralisação pelo coronavírus teria atrasado todo o cronograma de desenvolvimento e testes dos fabricantes, outro argumento que será usado para o pedido de adiamento.
O presidente da associação não apontou, porém, quais devem ser os novos prazos propostos para os dois marcos.
![Nova Fiat Strada Volcano 1.3 manual](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/04/006_strada_2020_.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
No caso específico do Proconve 8, este se equipara às normas do Euro 6, que já está sendo substituída pelo ciclo Euro 7 no Velho Continente.
Ela estabelece critérios mais rígidos de controle de emissões de poluentes gerados na queima do diesel, como materiais particulados, óxido de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos.
Entre as novidades da nova fase do programa estão: medições realizadas em situações diversas de tráfego real; níveis máximos de emissão de ruídos; que o motor siga apresentando níveis similares de emissão por longo período de uso, variando de 160.000 ou cinco anos a 700.000 km ou sete anos de acordo com o peso bruto total do veículo; que 0,3% da produção ou ao menos três motores de cada família sejam testados semestralmente.
Esta seria apenas a primeira etapa do Proconve 8, que possui outros dois degraus de endurecimento dos parâmetros previstos para os ciclos de 2027/28 e 2032/33 (novos projetos/todos os veículos). Estes, certamente, teriam de ser também adiados caso a primeira etapa mude de data.
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