Motoristas de carros elétricos causam mais acidentes, diz estudo
Condutores de elétricos causam 50% mais de acidentes na comparação com donos de carros à combustão
Um estudo divulgado nesta semana aponta que motoristas de carros elétricos causam 50% de acidentes a mais em relação a condutores de veículos movidos à combustão. Segundo pesquisadores, as justificativas para esta diferença passam pelo peso superior, além do torque instantâneo característico dos elétricos.
“Nossas análises mostram que a maior parte dos incidentes não ocorrem em momentos de frenagem, mas no período da arrancada”, esclarece Michael Pfäffli, líder de pesquisa e prevenção de acidentes da AXA, seguradora que desenvolveu o estudo na Suíça.
A aceleração brusca que catapulta o veículo em alta velocidade é chamada pelo especialista de “overtapping”. Uma vez que veículos elétricos estão cada vez mais rápidos, esse momento tem sido determinante para boa parte dos acidentes.
O estudo mostra ainda que as chances de uma colisão no ato de estacionar aumentam em 56% no caso de um carro elétrico. Também crescem em 46% as possibilidades de um acidente solo, ou seja, sem envolvimento de outros atores do trânsito, como pedestres ou outros carros.
Além da análise de sinistros de clientes, a AXA também realizou testes de impacto. Diante dos resultados, a maior preocupação dos especialistas está em torno da proteção do conjunto de baterias, considerada irrisória. Neste caso, foi feita a sugestão de que o sistema seja envolto por materiais mais consistentes.
As baterias ainda são motivo de atenção sob outro aspecto, o peso. Isso porque elas aumentam expressivamente a massa total de um veículo, o que é perigoso em caso de acidente. De acordo com o estudo, um veículo de duas toneladas causa 10% a mais de destruição, na comparação com automóveis mais leves.
Em contrapartida, a pesquisa mostrou que veículos elétricos não são mais propensos a incêndios, nem provocam maior complicação para que equipes de emergência realizem resgates após colisões. Segundo os condutores do estudo, quase não há risco de o carro ainda tenha alta carga de energia, uma vez que a bateria é desconectada de outros componentes de alta tensão quase que imediatamente.
Por fim, os especialistas concluíram que a questão não é que os elétricos são mais perigosos, mas sim que os condutores deste tipo de veículo devem ser mais cuidados ou até passarem por cursos especiais a fim de que consigam controlar melhor a força instantânea do carro.
Em entrevista com donos de carros elétricos, os avaliadores da AXA ouviram que 98% dos entrevistados não pensam em voltar a ter modelos à combustão.