A paixão de Natalia Moraes pelo Chevrolet Opala veio antes mesmo dela nascer. Uma obra do destino, acredita a paulistana de 26 anos.
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“Minha mãe entrou em trabalho de parto no Opala do meu avô e eu quase nasci lá dentro e a minha conexão com esse modelo sempre foi muito forte”, diz Natalia, que é conhecida nas redes sociais como Nah Opaleira e já tem mais 70.000 seguidores no Instagram e 22.000 no canal do Youtube.
O avô de Nah tinha um Opala luxo 1974 na cor bordô, e era o carro que o aproximava da neta. Quando ele faleceu, o pai da Opaleira, que também é um apaixonado pelo modelo, acabou deixando de cuidar do carro e ele ficou abandonado na garagem.
“Eu resolvi ir em busca do meu próprio Opala. Após testar seis modelos, acompanhada pelo olhar atento do meu pai, que é funileiro, encontrei o meu carro dos sonhos: um Opala Standard ano 1976, com motor original seis-cilindros”, conta.
Nah, porém, quase vendeu seu sonho logo após finalmente realizá-lo. “O meu carro tem uma cor bem chamativa, laranja bronze metálico, e muitos diziam que eu ia ser assaltada ou coisa pior por andar por aí dirigindo sozinha”. Seu pai era um dos que mais se preocupava e Nah conta que muitas vezes saía escondida da garagem com o motor desligado, confessando que o medo quase a fez vender seu exemplar.
O começo da influencer
A estranheza que causava em todos por gostar de carros antigos — o Opala, especialmente — impulsionou Natalia a a produzir conteúdo como a “menina do Opala”, apelido que carrega desde os tempos da escola. “A minha intenção era incentivar uma maior representação feminina nos encontros de carros antigos e também ajudar mulheres na compra e manutenção do tão sonhado Opala.”
Nah assegura que foi a primeira “Opaleira” do YouTube, e que graças ao seu canal e sua conta no Instagram pode ajudar muita gente a comprar o seu primeiro Opala. “Sou muito abordada nos encontros por muitas que alegam que compraram o carro por minha causa e não se arrependem. Isso faz todo o meu esforço valer a pena”, diz orgulhosa.
Essa popularidade entre as mulheres a motivou a criar um grupo de “opaleiras” no WhatsApp e acaba produzindo conteúdo em parceria com elas.
Mas mesmo com toda essa atividade nas redes sociais, Nah não leva o “cargo” de influencer como profissão e atua em um ramo completamente diferente. “Sou instrumentadora cirúrgica e amo o que eu faço, mas confesso que entre passar um bisturi e outro me pego planejando quais serão os próximos vídeos do canal da Nah Opaleira”, brinca.
Se pudesse, a jovem utilizaria o Opala no dia a dia para ir e voltar do trabalho, mas ela acaba se rendendo a um modelo mais moderno para cumprir essa tarefa. “Eu brinco que uso o Sandero 1.0, que é bem econômico, no dia a dia pra ter o direito e a condição de gastar mais gasolina com o Opala no fim de semana.”
Antonio, como foi batizado o Chevrolet Opala 1976, além de estar com o tanque sempre cheio recebeu uma série de melhorias. Foram mais de R$ 15.000 gastos em novas rodas, tapeçarias e incrementos estéticos.
Natalia já prevê que terá que fazer um novo investimento na repintura do modelo. Segundo a Opaleira, toda dedicação vale a pena quando se pisa no acelerador e se escuta e sente o barulho e a vibração do motor 4.1 de seis cilindros, que rende até 130 cv.
“O ronco é único e a sensação de liberdade também, não consigo não sorrir quando acelero o meu Opala e isso não tem preço,” finaliza.