A nova Ford Ranger já é testada pelas ruas do Brasil, com lançamento marcado para 2023. Mas, enquanto a picape média não chega ao mercado nacional, a Europa acaba de ganhar a novíssima Ranger Raptor, apresentada nesta terça-feira (22).
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Versão mais radical da nova Ranger, a Raptor segue a linha do também recente Bronco Raptor: motor 3.0 V6, preparo para off-road extremo e bastante estilo. No mercado europeu, suas entregas começarão no último trimestre de 2022, anunciou a marca.
Cara fechada
Com a linha Ranger completamente renovada em termos estéticos, não foi necessário à Raptor ousar muito nesse aspecto. A dianteira mantém os faróis em C, na mesma linha da F-150 e Maverick mas com aspecto mais agressivo. Reforçando essa intenção, a cor preta domina as grades e entradas de ar, sendo quebrada pelo skid plate de aço reforçado e pelas matrizes de leds que servem como iluminação principal.
A carroceria também parece pouco mexida, mas houve reforços estruturais na coluna C, caçamba e estribos — esses feitos de alumínio tanto pelo estilo quanto pela durabilidade. Os pontos de reboque ficam escondidos para não prejudicar ângulos de ataque e saída.
Motor V6 turbo
Se tratando da linha fora-de-estrada mais extrema da Ford, nada na Ranger Raptor é “esportivado”: as entradas de ar são funcionais e servem para alimentar o motor V6 3.0 Ecoboost, independentemente da situação. Ele será uma das opções da Raptor, que terá versão amansada com o 2.0 diesel disponível no resto da linha.
Na Europa, o seis-cilindros rende apenas 288 cv e 50 kgfm, por conta das normas de emissões. Na Tailândia e na Austrália, porém, rende 400 cv e 59,5 kgfm. Este motor é forjado em ferro vermicular, que utiliza grafite para aumentar a resistência a impactos e altas temperaturas. Desse modo, a montadora pôde aplicar características vindas do Ford GT, seu superesportivo.
A mais notável dessas é o sistema que elimina o lag do turbocompressor ao fazer com que este gire por até três segundos após o motorista tirar o pé do acelerador. Sempre pressurizado, o turbo não só responde imediatamente à próxima pisada como ainda ajusta seus parâmetros a cada uma das dez marchas do câmbio automático.
Completando o showzinho à parte, o V6 pode roncar em quatros modos diferentes: desde o ajuste silencioso “para não acordar os vizinhos de manhã” até o mais extremo, que simula um escape direto e deve ser usado longe das ruas, destaca a Ford.
Dança coreografada
É fato que, na trilha, potência é só um dos fatores que importam. Para atender às demandas das expedições mais bravas, portanto, a Ford preparou o que julga ser o melhor conjunto de suspensão já feito para a Ranger.
A começar pelos braços de alumínio e amortecedores ativos da Fox, que se ajustam às imperfeições do terreno centenas de vezes por segundo. O grau de atenção foi tanto que os tubos utilizam infusão de Teflon para minimizar o atrito e favorecer um ajuste imediato.
Ainda que plenamente ajustáveis e ainda maiores, os amortecedores também contam com um sistema anti-batidas secas, com os 25% finais de seu curso mais resistentes. O sistema também ajuda a segurar a dianteira em acelerações extremas.
Ainda que a articulação Watt já existisse, essa também foi refinada, permitindo ainda mais que o eixo rígido se mova verticalmente sem movimento lateral.
Controle total
Outra estreia da Ranger Raptor é a tração integral inteligente, com duas caixas de transferência e bloqueio dos diferenciais traseiro e dianteiro. Para extrair o máximo das funções, a caminhonete oferece sete modos, que servem para todas as situações.
No modo mais “pacífico”, o V6 não apenas ronca baixo: ele também bebe menos graças ao ajuste das marchas, com acelerações mais suaves e suspensão favorecendo o conforto.
Já no modo Baja, a Raptor se transforma em uma picape digna das corridas pelo deserto da Califórnia, com absolutamente todos parâmetros voltados para a brutalidade. A picape média fica barulhenta, desconfortável e veloz, como querem seus compradores.
Os sensores também maximizam a distribuição de tração pelas quatro rodas e um controle de cruzeiro para trilhas é disponibilizado abaixo de 32 km/h. Com isso, o veículo acelera sozinho enquanto o motorista se concentra em escalar pedras e outros obstáculos.
Piloto de caça
Se o jeitinho é de trator, a cabine, por outro lado, é de aviões de guerra, dado que a Ford criou assentos inspirados em caças para os cinco ocupantes. Além do estilo, os bancos foram projetados para manter todos nos devidos lugares, mesmo com chacoalhar hardcore.
O painel conta com volante aquecível de couro e borboletas de magnésio, enquanto o laranja dos Ford de trilha é espalhado pela cabine e até pelas luzes internas, em cor âmbar.
As telas repetem o padrão da Ranger normal, com quadro de instrumentos digital de 12,4’’ e tela vertical de 12’’ servindo de central multimídia. Além do suporte de praxe a Android Auto e Apple Carplay, há o novo sistema operacional Sync 4 e dez alto-falantes da B&O, em alta fidelidade.
Cotada para o Brasil, a Ford Ranger Raptor custará cerca de US$ 52.000 no mercado dos Estados Unidos, reporta a imprensa local.