A BMW pegou o M4 Competition Coupé, injetou umas vitaminas extras no motor seis cilindros em linha 3.0, tomou algumas medidas mais austeras para se livrar de 100 kg e conseguiu seu desejado recorde em uma volta aos 20,6 km da pista de Nurburgring (na configuração sem a reta na secção T13, que é a usada normalmente para efeitos de comparação de tempos): 7m15,677s.
Quer dizer que este BMW M4 CSL (Competição, Sport, Leve) que está aqui é o novo dono do melhor tempo já feito por um BMW de produção em série até hoje. Um grande marco para comemorar os 50 anos da divisão Motorsport e um tributo ao vencedor do Campeonato Europeu de Turismos de 1973.
Há outros registros impressionantes nessa luta contra o tempo: 3,7 segundos de 0 a 100 km/h (0,2 s mais rápido que o M4 Competition), a chegada aos 200 km/h em apenas 10,7 segundos e os 307 km/h de velocidade máxima – que seria ainda mais alta se a eletrônica não entrasse em cena para podar o motor do M4 CSL.
Quando a BMW anuncia um novo CSL, os fãs da marca começam a sonhar acordados, porque os feitos do passado o justificam na plenitude. Muitos recordam o “Batmobile”, o BMW 3.0 CSL de 1973 ou o radical M3 CSL (Série E46) de 2003 com 360 cv, que permitiu que os pilotos oficiais estivessem numa classe à parte frente a concorrência.,
Dieta rígida
“Aqui tivemos que ser muito criativos para conseguirmos eliminar 100 kg para a versão CSL”, garante Sebastian Maier, o gerente do projeto, até porque o carro que serviu de ponto de partida – o M4 Competition – não é propriamente um peso-pesado. Mas, no final, o objetivo da dieta foi alcançado com os 1.625 kg que pesa oficialmente este CSL.
A receita milagrosa está aqui, tome nota: os bancos traseiros foram removidos e substituídos por compartimentos para guardar capacetes e lá foram 21 kg; bancos totalmente feitos em carbono, menos 25 kg; tapetes e redes dispensados, além de menos quantidade de material de insonorização do habitáculo (com a vantagem de deixar ouvir melhor o delicioso ronco do motor), 15 quilos poupados.
E depois outras medidas como o capô e tampa do porta-malas em fibra de carbono (no M4 o teto já era deste material ultra leve e rígido), freios com discos carbonocerâmicos de série, rodas em liga leve especial, molas e amortecedores mais leves, etc. E alguns equipamentos foram simplificados, como o ar condicionado de uma única zona (em vez das duas zonas no M4), luzes LED e nada de painéis no porta-malas.
Fôlego extra no motor
O motor 6 cilindros em linha viu a pressão dos turbos aumentar de 0,4 bar, para 2,1, e receber uma nova gestão, o que resultou num aumento de 40 cavalos da potência máxima face ao M4 Competition, para 550 cv, resultando numa sensacional relação peso/potência (os quilos que cada cavalo/força tem que suportar) de 2,95 kg/cv.
Para garantir que a potência podia ser colocada toda no asfalto depois de transmitida pela caixa automática de 8 velocidades M-Steptronic, os engenheiros da agora cinquentenária divisão M da BMW baixaram a altura ao solo em 8 mm. Ao mesmo tempo, aumentaram o câmber das rodas dianteiras, instalaram barras estabilizadoras de superior diâmetro, substituíram todos os montantes de borracha por esferas no eixo traseiro, reduziram o peso das molas e ajustaram o software dos amortecedores eletrônicos.
Na certeza de que os apaixonados pelos CSL iriam entender que a inclusão de quatro rodas motrizes seria uma heresia, a tração é unicamente feita pelas rodas traseiras. A função de Controle de Tração M (de série) dispõe de regulagens específicas para a pista, deixando que o condutor/piloto defina os patamares de intervenção da limitação do deslizamento das rodas.
Em asfalto seco, os níveis 1 a 5 do Controlo de Tração M ajudam o condutor a fazer drifts controlados, enquanto os níveis 6 a 10 são baseados na aplicação desenvolvida para os pilotos de Turismo e são regulados para condições de piso seco e molhado (e temperaturas de pneus variadas), de forma a maximizar a tração e a estabilidade direcional.
A produção das primeiras unidades na fábrica de Dingolfing (Munique) começa em julho, mas a qualquer cliente interessado não lhe bastará colocar de parte 165 200 euros para garantir um dos 1000 exemplares que serão fabricados. 250 estão alocados aos Estados Unidos, 150 à Alemanha… e por aí adiante, pelo que poucos irão sobrar para mercados “menores”.