Chegou a hora. A nova geração do Citroën C3 foi, enfim, revelada ao mundo. Agora um hatch aventureiro com jeitão de SUV, o compacto teve direito a um evento virtual global, ainda que sua proposta seja voltada para mercados emergentes como Brasil e Índia. Seu lançamento no Brasil será no primeiro trimestre de 2022.
Clique aqui e assine Quatro Rodas por apenas R$ 8,90
Esta é a primeira vez na história que o Citroën C3 muda de plataforma. Desde o lançamento, em 2002, até a atual geração vendida na Europa, já com visual aventureiro, o compacto foi baseado na plataforma PF1 – inaugurada pelo Peugeot 206. Agora, sua plataforma é uma versão simplificada da modular CMP, do novo Peugeot 208.
Foco no design
Não é difícil notar as diferenças na proposta de design desta nova geração do C3, desenvolvida exclusivamente para países emergentes. O hatch compacto estiloso foi transformado em SUV compacto – ou quase isso.
Há menos formas arredondadas. O capô está mais longo e definido, e a carroceria é mais quadrada e alta. Tão alta quanto a suspensão, diga-se.
Molduras nas caixas de roda e os plásticos pretos na base das portas ajudam a dar a impressão de que o carro é ainda mais alto. Teto de cor contrastante e separado do resto da carroceria por elementos pretos é outro detalhe marcante.
De acordo com o chefe de design da Citroën, Pierre Leclercq, a intenção com essa mudança de silhueta foi realmente dar características de SUV ao carro. Poderia ser considerado um mini-C4 Cactus, mas o novo C3 é até mais alto que ele. Contudo, é significativamente mais curto: tem 3,98 m de comprimento contra 4,17 m do Cactus.
A frente segue o novo estilo da Citroën, com luzes diurnas de leds separadas em duas partes e separados dos faróis, sendo que todos os elementos ópticos são unidos pelos cromados da grade. Há, ainda, molduras na cor do teto para os faróis de neblina.
Na traseira, chama atenção o formato das lanternas, com a parte vermelha formando um “C” em alto relevo. O para-choque com a base sem pintura ajuda a evocar o lado aventureiro do carro.
O interior também é diferentão. “Nós queríamos entregar um interior bem iluminado e diferenciado em termos de cores e materiais”, explica Leclercq.
O painel é de plástico rígido, mas pode receber faixa central colorida. As saídas de ar-condicionado tem direcionadores internos tem formato quadrado e são horizontais no meio e verticais nas laterais. Por sinal, customização será uma das apostas do novo C3: a Citroën promete uma vasta lista de acessórios e customizações opcionais.
O painel ainda tem um suporte de celular ao lado da central multimídia, com tela de 10 polegadas e que permite esconder o cabo conectado ao celular. É algo válido, mas o aparelho terá conectividade sem fio para Android Auto e Apple Carplay.
A Citroën bateu muito na tecla do conforto e do espaço da cabine, viabilizado especialmente pelo teto elevado e nem tanto pelo entre-eixos, que tende a manter algo próximo dos 2,54 m do Peugeot 208. De toda forma, o porta-malas é grande para um compacto: tem 315 l de capacidade.
Lançamento no Brasil será no início de 2022
Originalmente, a estreia do Citroën C3 2023 seria agora no final do ano, pouco tempo depois dessa premiere global. Contudo, desde que foi estabelecida a fusão entre FCA e PSA, formando a Stellantis, o projeto e a estratégia do compacto da Citroën passou a ser revisto pela Stellantis. E algumas mudanças estão sendo feitas.
Pelo projeto original, o compacto da Citroën seria um carro mais simples de forma a concorrer diretamente com o Renault Kwid. Não à toa, o seu desenvolvimento ocorreu na cidade indiana de Chenai, onde também será fabricado para suprir o mercado asiático.
Agora, porém, em vez de lançar um carro barato a Citroën quer ter um carro “competitivo”. Ou seja, quer usar o visual, a mecânica e pacote de equipamentos mais generoso para que o C3 seja reposicionado entre os compactos. Até a robustez do visual será argumento de venda.
Os Citroën C3 vendidos no Brasil e na América Latina será fabricado em Porto Real (RJ) e agora sabe-se que por aqui sua estratégia será completamente diferente. Em Betim (MG), base da Fiat no Brasil, foram decididas mudanças relevantes que envolvem desde o acerto dinâmico, fornecedores de componentes e qualidade construtiva, até nível de equipamento.
Também aproveitaram para preparar o carro para outros motores da Stellantis. Desse modo, o hatch seria oferecido tanto com o 1.6 16V usado no 208 (118 cv/16,1 kgfm) quanto com os motores 1.0 6V Firefly do Argo, também aspirado (77 cv/10,9 kgfm). As imagens revelam apenas o câmbio manual de cinco marchas.
O motor 1.3 8V Firefly de 109/99 cv é uma possibilidade para o futuro. É uma questão principalmente de preço, já que o 1.2 Puretech flex do antigo C3 era importado.
Por isso o lançamento foi adiado para o primeiro trimestre de 2022. E também por isso a empresa quer posicionar o novo C3 2023 como um compacto aventureiro, algo como um Fiat Argo Trekking e Hyundai HB20X, sem avançar sobre o segmento de SUVs compactos, onde está o Citroën C4 Cactus. O design, as cores e a proposta de conectividade deixam evidente que o público jovem será seu alvo.
Versão elétrica do C3 está em pauta
Revigorado, o novo C3 também começou a interessar à Europa, com pé na tábua rumo à eletrificação de sua frota. A plataforma CMP nasceu pensada também na eletrificação e a versão elétrica do novo C3 também pode surgir. Seria um bom concorrente para o Dacia Spring (versão elétrica do Renault Kwid) no continente europeu.
Família C-Cubed
O hatch aventureiro será o primeiro de uma nova família de carros compactos da Citroën. Ao todo, serão três modelos diferentes baseados na plataforma CMP e que serão lançados até 2024.
Esta família de modelos é parte do projeto C-Cubed, apresdentado em 2019. Futuramente, um novo carro com visual mais próximo de um SUV poderia substituir o Aircross (já fora de linha) e o C4 Cactus ao mesmo tempo, enquanto o terceiro carro da família seria um sedã compacto. E assim como o novo Citroën C3, serão produtos voltados para as necessidades da América Latina.
A partir do Brasil, o compacto também será enviado ao Chile, Colômbia, Uruguai, Peru e Equador.