Novo Honda Civic recusa motores elétricos e se renova sem perder tradição
Em tempos de carros tecnológicos, Civic se mantém firme à tradição e se moderniza discretamente, sem perder essência clássica
Icônico como poucos, o Honda Civic ganhou, sob grandes expectativas, mais uma geração. Após quase 50 anos de história, o sedã ganhou sua 11ª geração e parece disposto a evoluir sem abrir mão do prazer de comandar um carro.
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Quem destaca isso é a própria Honda, que classificou o Civic 2022 como a geração mais “tecnológica e divertida de dirigir” do modelo, que chega com versões turbo e naturalmente aspiradas. Isso, mesmo sem parecer a geração com visual mais empolgante.
Exterior
Segundo a Honda, toda a criação do novo Civic foi baseada na filosofia Man Maximum/Machine Minimum (M/M ou Homem Máximo/Maquina Mínimo na tradução livre), com a tecnologia a serviço do condutor mas sem nenhum protagonismo.
Por fora, isso resultou em design coerente com os outros modelos da marca, mas sem linhas muito sóbrias como no caso do HR-V. Ao contrário, o Civic segue realçando sua grande frontal e rodas, que variam do aro 16 ao 18.
Na era dos elétricos, o capô também ganhou atenção graças ao recuo em cerca de 5 cm da coluna A do carro. A mudança também conectou visualmente o para-brisas às caixas de roda dianteiras, enfatizando as peças e os pneus.
O sedã ganhou linha de cintura mais baixa, assim como linha de cintura bem horizontal e espelhos retrovisores montados nas portas; tudo em nome da visibilidade, sem comprometer o design.
Isso também se aplica à traseira, cuja bitolada foi alargada e o para-choques é focado em acrescentar estabilidade e sensação de movimento. O porta-malas também foi tratado com mais atenção, a fim de maximizar a aerodinâmica.
Em termos de luzes, o Civic, entretanto, segue à risca as tendências: há led nas lanternas, DRLs, faróis e qualquer outra peça de iluminação. Os dispositivos, entretanto, são completamente funcionais, sem qualquer led apenas decorativo na carroceria.
Interior
Graças ao desenho externo, a cabine do Civic pode oferecer posição mais próxima ao solo sem comprometer a condução. O mesmo vale para o painel, que é o mais retilíneo quanto possível.
A decoração é bem sóbria, com destaque apenas para o friso metálico com forma de colmeias que atravessa o painel de porta a porta. Por si banais, as colmeias geram um padrão curioso que disfarça as saídas do ar-condicionado, dando a ideia de que o vento flui disperso pelo carro. Os direcionadores da brisa trazem seus detalhes e remetem aos switches de aviões.
A filosofia M/M comanda a tecnologia do Civic, que ocupa o papel secundário de sempre, mesmo que os equipamentos sejam bons. O painel de instrumentos, por exemplo, ganhou telas de instrumentos de 7’’ de série, com uma versão gigante, de 10,2’’, incluída na versão de topo.
A central multimídia varia entre 7’’ e 9’’ polegadas e é compatível com Android Auto e Apple Carplay apenas via cabo. Pode parecer pouco, mas a tela maior, de série no Civic Touring, é a maior já oferecida em um carro da Honda.
O Touring é bem pioneiro, e também estreou o sistema de som Bose nos modelos da japonesa. Ao todo são 12 alto-falantes ajustados sob medida à carroceria e controlados pelo sistema de processamento SurroundStage, a fim de garantir o mesmo resultado sonoro a todos os ocupantes.
Ainda mais discreta, mas presente em todos os modelos, é a tecnologia da Honda em prol da segurança. A empresa, que pretende zerar as vítimas fatais em acidentes com seus modelos, redesenhou até mesmo os airbags do Civic, que têm menos risco de gerar danos cerebrais e lesões externas em caso de acionamento.
Os carros trazem a suíte Honda Sensing com auxílio de engarrafamento, controle de cruzeiro adaptativo e frenagem de emergência. Por fora, houve tratamento especial ao suporte da placa e ao capô, que agem juntos para evitar machucados graves em pernas e cabeças de pedestres eventualmente atropelados.
Mecânica
Tradicional ao máximo, não seria na mecânica que o Civic faria diferente. A nova geração é fiel às raízes e recusa completamente a eletrificação neste primeiro momento. Desse modo, há duas opções de motores, sempre a combustão.
O primeiro deles é o 2.0 naturalmente aspirado, com 152 cv de potência e 19 kgfm de torque. A unidade atende às normas ambientais graças a novos catalisadores e vários mecanismos de eficiência energética.
Uma delas está no câmbio CVT, que se tornou mais confiável e recebeu, além de eixo secundário com rolamentos, uma bomba eletro-hidráulica mais forte, capaz de reduzir o estresse mecânico e a fricção. As marchas simuladas também foram calibradas para reduções mais rápidas, tanto na frenagem quanto na aceleração.
No caso das versões EX e Touring, o motor é 1.5 auxiliado por um turbocompressor, com quatro cilindros e 182 cv e 24,5 kgfm. Nesse caso, a eficiência é garantida pela tubulação do turbo, redesenhada, e pela abertura variável de válvulas. O CVT do 1.5 não só utiliza a redução antecipada de marchas como ainda oferece conversão de torque melhorada.
Completando as melhorias, há uma série de alterações em peças mecânicas, direção elétrica, suspensão e aerodinâmica que, apesar de individualmente pequenas, culminam em um conjunto mais silencioso e responsivo.
Versões e vendas
Ao todo o Honda Civic chegará ao mercado norte-americano em quatro versões — LX, Sport, EX e Touring — e oito opções de cores, com destaque para o exclusivo azul metálico Morning Mist.
O modelo será fabricado na planta canadense da Honda, em Ontário. A unidade também deverá construir os Civic vendidos no Brasil, uma vez que o modelo não terá nova geração produzida em Sumaré (SP).
O novo Civic chegará aos proprietários a partir do meio do ano. Poucos meses depois será lançada a versão hatchback do carro. Nos EUA, o sedã partirá de R$ 118.000, em conversão direta.
Ficha Técnica do Honda Civic Touring 2022
- Preço*: R$ 160.000
- Motor: gasolina, turbo, 4 cilindros, 1.498 cm³; 182 cv a 6.000 rpm, 24,5 kgfm a 1.700-4.500 rpm
- Câmbio: CVT com simulação de marchas via borboletas no volante, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (dianteira), multibraços (traseira)
- Rodas: liga leve de aro 18 com detalhes em cinza Shark Gray
- Pneus: 235/40R18 91W
- Dimensões: comprimento, 467,4 cm; largura, 180,1 cm; altura, 141,5 cm; entre-eixos, 273,6 cm; peso, 1.396 kg; porta-malas, 408 l;
- Lançamento*: terceiro trimestre de 2021
*Estimativas para o mercado norte-americano
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