Novo Ford Mustang recusa eletrificação e “corta giro” por controle remoto
Após pesquisas com clientes, Ford busca meio-termo que traz novidades significativas ao Mustang sem abrir mão da história do esportivo
Por mais um tempinho, pelo menos, o Ford Mustang seguirá recusando os motores elétricos. Apresentada na madrugada de quinta-feira (15) no Brasil, a sétima geração do muscle car não tem mudanças revolucionárias, mas suas alterações foram certeiras para trazer frescor ao esportivo.
O CEO da Ford foi enfático, e disse que “investir em outra geração do Mustang é um grande recado num momento em que competidores estão deixando o segmento de carros a combustão”. Para corresponder às palavras, a sétima geração do modelo manterá as mesmas opções de motor: o 2.3 Ecoboost (314 cv/48,4 kgfm) e o V8 5.0 Coyote, vendido no Brasil (483 cv/56,7 kgfm). A Ford não confirmou que os números se manterão, mas é possível até que aumentem.
Velho e novo
O mote do novo Mustang parece ser a união de diferentes gerações. Isso fica mais claro quando notamos que, ao mesmo tempo que mantém o câmbio manual de seis marchas (o automático de dez é opcional), o esportivo oferece funções curiosas como o Remote Rev: pela chave, o motorista consegue, a distância, fazer o carro roncar alto, impressionando os amigos que assistem ao show.
Outra grande mudança foi no painel, que agora une quadro de instrumentos de 12,4’’ à central multimídia de 13,2’’ em um grande display. Segundo o diretor de design interior, Ricardo Garcia, a própria marca notou, dos mais velhos aos mais novos clientes, que a vontade geral era de um Ford Mustang altamente conectado, com até os comandos de ar-condicionado na tela.
Para valorizar a tecnologia, a Ford ainda recorreu à Unreal Engine: motor gráfico também usado pelos videogames mais realistas do mundo. Através da Unreal, toda a vastidão de dados do esportivo será exibida de maneira que deve lembrar um misto de aviões de caça e videogames. Também será possível imitar o painel de um Mustang Fox Body dos anos 1980, ou até escolher mostradores minimalistas.
Mudanças pontuais
Em termos de design externo, a Ford foi mais “pé no chão”: a traseira do novo Mustang pouco mudou em relação ao anterior, obviamente mantendo os icônicos trios de lanternas de freio. A principal mudança foi na frente, onde os faróis estão bem mais estreitos, a fim de valorizar a largura do modelo.
Seguidores de QUATRO RODAS no Instagram apontaram semelhança, curiosamente, com o Chevrolet Camaro. A Ford, entretanto, diz se tratar de um meio-termo, com luzes modernas alinhadas a grade inspirada no Mustang clássico.
Outros detalhes incluem teto desenhado para que o condutor entre e saia do carro com capacete sem problemas e, claro, versões conversíveis. Os Mustang com motor V8 ainda contam com grade própria, freios Brembo, diferencial de deslizamento limitado e rodas de aro 20, entre outros detalhes.
O Ford Mustang 2024 chegará, inicialmente, às concessionárias dos Estados Unidos, no meio do ano que vem. A tendência é que ele chegue ao Brasil em seguida, substituindo o atual modelo à venda no país.